98 Telinha e seus gatinhos: 09/01/2004 - 10/01/2004

no dia que eu me zangar
mato voce de carinho

Ze´ Limeira

30.9.04

é desaforo.

você reclama do calor e a temperatura cai mais de dez graus da noite pro dia.
você não dorme direito pq o nariz esparadrapado do marido faz ele roncar ainda mais.
você vai se arrastando às sete da madrugada pro curso, debaixo de chuva e frio. e claro que você não se agasalhou direito.
você assiste à aula meio dormindo e se atrapalha e o professor dá bronquinha.
e quando você pensa que pode ir para casa, lembra que tem que ir no banco. dia 30. e ainda tem que achar uma agência que não esteja em greve.
na saída do curso, você vê uma tv ligada. na tv, xuxa grita bom dia.

só se for para você, sua %$#@&*¨.

29.9.04

houvesse exame de dna na época e era uma vez dom casmurro.


o e-mail que virou post

é um trabalho sujo, baby, mas alguém tem que fazer.

ou:
tudo o que nunca disseram a vocês sobre máquina de lavar e deviam ter me dito antes que eu descobrisse sozinha

apois, as belezas da vida doméstica.

máquina de lavar roupa é uma coisa limpa por definição, né? afinal, vive lavando.
na-na-ni-na-não.
como eu vou dizer sem ser grosseira? ficam restos. sabão encalacra. existe uma coisa chamada sebo. ahn, gordura corporal, suor, sujeirinhas. saem da roupa, mas não saem da máquina. e aí, um belo dia, a sua doce amiga tira sem querer uma pecinha da máquina do lugar e encontra um grude nojento.

grito de horror: aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

chama a assistência técnica que vai limpar mal e porcamente a peça. o moço me olha desatento e disse que tem que lavar a máquina uma vez a cada 15 dias. como assim, bial? liga a máquina sem sabão e sem roupa, com um litro de água sanitária. deixa lavar, completar o ciclo e pronto.

pois bom, isso ninguém vai dizer para vocês. a máquina de lavar precisa ser lavada. oh, céus.

um pequeno alerta a um casal em fase pré-matrimonial. se eu continuar falando essas coisas, não sei não.



27.9.04

bem-te-vis cantam alucinados. no rio de janeiro sim senhor.

bão, eu trocava na boa o inferno astral que começou dia 12 por um inverno astral.
eu quero o frio de voooolta!

o orkut voltou para todo mundo, menos para mim.
tenho alguns avisos de gente querendo ser minha amiga (oba) e não posso responder pq o maledeto não funciona.
então, paciência. quando o orkut falar comigo, eu falo com quem me escreveu.

tá com a gota o calor carioca. setembro, né? não quero ver dezembro. daqui para lá eu desidrato.

depois de um longo e tenebroso inverno, voltei a ter um quadro de avisos. um dazibao, para ser mais chique. e, como gatos são imprevisíveis, muriel nem chegou perto nem derrubou os ímãs e os papéis. amado marido não gostou da foto dele e tirou a que estava no porta-retrato da sala, a gente quando se conheceu em... 97? cacilda! no carnaval de 97! eu, ele e o louco de pedra, o fusquinha que tem placa ldp. eu de cabelón e blusa vermelha, ele de preto, como sempre.

calor, calor, calor. deusdocéu, bebi tanta água gelada que minha barriga tá doendo e o calor não passa. tomei banho frio e já saí pingando de suor. não dá para viver nessa terra.

quatro ovos estragados na geladeira. não compro mais ovo no supermercado ultra. pode ser perto, mas já é a segunda bandeja de ovos que vem com ovo ruim.

amanhã tenho hidroginástica às três da tarde. vou ver se tem uma turma às quatro. :)

gil, minha flor, qual a razão do seu silêncio? tendinite?

ah, o rubinho, pois é. razão de briga aqui em casa. ele agora é um fervoroso torcedor do moço. eu? mesmo com a corrida nota dez na china, a média do cara ainda é vermelha - desculpem o trocadilho. tem que comer muito feijão para merecer subir no meu conceito. e tem que, definitivamente, deixar de ser capacho. ca-pa-cho. antes ser rei na gafieira do que penetra no country club.

já disse que está quente nessa terra? todas as vezes que eu reclamei que recife estava um forno eu definitivamente não sabia o que era um forno.

e o habib´s não entrega na tijuca. eu vou chorar.

25.9.04

ACHEI!!!!!!!!

os papéis estavam soltos numa gaveta dentro do guarda-roupa. Não fui eu quem colocou lá - desconfio que foi amado marido, para pegar o envelope. mas agora não quero nem saber! botei um cd do quinteto violado e dancei até cair exausta na cadeira. Já dei meus pulos e gritos para são longuinho, acendi uma vela para Santo Antônio e, pasmem, até pro Negrinho do Pastoreio, que nessa hora veio cavalgando lá do rio grande do sul para me ajudar!


pronto, agora tou sossegada. e guardei as contas num lugar onde ele nem imagina.

24.9.04

eu estou aqui, a ponto de surtar, justamente pq sou organizada.
é, em alguns aspectos eu sou organizada.
tenho dois envelopes guardados numa gaveta: um com as contas a pagar, outro com as contas já pagas.

amado marido mexeu nas gavetas.

onde estão meus envelopes?


já procurei em todo canto. já rezei para santo antônio e são longuinho. já fiz ele procurar. estou me coçando toda de puro nervosismo. eu preciso achar estes envelopes senão eu não durmo hoje!

23.9.04

objeto de desejo.

pena que as camisetas esgotaram. eu tenho uma cat lover que roubei do amado marido.

22.9.04

acabou o arroz de leite.
anita, faz mais, por favor?

o nariz do marido deixou de ser manchete neste blog. meu aniversário é mês que vem e eu quero the sims 2, a caixa de twin peaks, uma câmera digital nova e a mega-sena acumulada. aproveito para mandar beijos para meu pai, minha mãe, xuxa e sasha.

quer saber? eu vou pedir para a perpétua tomar conta do forte e vou dormir, que o meu mal é sono.

amado marido melhorou e foi trabalhar.
amado marido foi trabalhar e esqueceu de levar o remédio que era para tomar de seis em seis horas, ou seja, meio dia.
amado marido fez pouco caso quando eu disse que era para ele ligar para uma farmácia qualquer e pedir o remédio para não perder a hora.

amado marido está correndo risco de vida.
EU tou querendo matar o amado marido.

21.9.04

dez da noite e eu bêba de sono. essa história de dormir meia noite para dar o remédio pro meu homão de quarenta anos (argumento dele para não ir ao médico: eu tenho quarenta anos! e a minha sublime resposta: e o quico?) e acordar seis da madrugada para dar o remédio de novo está acabando comigo, pelo simples fato de eu não dormir mais.
e ontem, acredite: caiu o lustre na cama uma da manhã. não tinha ninguém pendurado no lustre em atos libidinosos, seus pervertidos. é que tem o ventilador ligado e aquele lustre furreca de plástico com a lâmpada dentro. o ventilador tava trepidando há tempos, mas a gente não deu a mínima de morrer com o ventilador nos dilacerando no meio da madrugada. daí caiu o lustre. e eu não dormi mais direito.

tou com cinco horas de sono de ontem para hoje, uma aula de web, uma fila num bendito bradesco aberto e uma queda-de-braço verbal com o marido para levá-lo ao médico. e muriel ainda mijou no edredon.


eu quero minha mãe. dona helena, vem me buscar.

lúcio ribeiro, i love you prá xuxu

QUEM MATOU LAURA PALMER?

* Você tem um daqueles segredos que ninguém, mas ninguém sabe? Daqueles cabeludos, de espantar, "desacreditar", que nem seu amigo, amiga, parente mais próximo imaginam? Talvez alguém saiba, mas, de tão comprometido com você, não revelará jamais.

Não tem?

* Dia 23, semana que vem, chega às lojas, em DVD e de forma completa, a esquisitíssima "Twin Peaks", uma das principais séries de TV de todos os tempos. Certamente a mais estranha.
O seriado conseguiu mexer com o planeta tipo em 1990 ao contar a historinha de uma linda menina, musa da escola, exemplo de garota, que amanheceu morta em um saco plástico, à beira de um rio, na pacata cidade de Twin Peaks, no belo e gelado noroeste americano, tipo perto do Canadá. Horror, horror, shock, shock!

"Twin Peaks" tinha o dedo diretivo de David Lynch, dono já naquela época de uma mente deturpada, doentia e mórbida.

Grosso modo é assim: a amável Laura, orgulho local, aparece assassinada logo no comecinho do primeiro episódio. Um excêntrico agente do FBI, que registra tudo o que faz num gravadorzinho de mão e não perde a chance de comer um donut (Homer Simpson?), chega à cidade para investigar.

E diante desses dois acontecimentos e da pergunta "Quem matou Laura Palmer", o pequeno lugar nunca mais seria o mesmo.

Imagina o clima de "Arquivo X", um livro de Raymond Chandler, uma música esquisita da Björk e um videoclipe do Aphex Twin? Isso era "Twin Peaks".

* Trilha sonora de matar. Ambiente sombrio. Garotas lindas, caras malvados. Tem o bonzinho e a bitch, claro. Montanhas geladas. Semáforos balançando ao vento na estrada vazia. Armazéns esquisitos. Bares soturnos. Desfiladeiros. Mulher com um tampão no olho. O tiozinho pescador. O delegado bacana. O guarda bobão. Pai fofo. Mãe desequilibrada. Isso tudo também era "Twin Peaks".

* Para mim, a coisa mais fascinante da série, que até hoje eu não esqueço e uso sempre como exemplo para não ficar espantado com as pessoas, era o seguinte: uma vez apresentados todos os personagens do seriado, mostradas as características de cada um, não passava muito tempo e o David Lynch ia mostrar, a sua maneira, que nada, eu disse NADA, ou ninguém (NINGUÉM!), era o que parecia ser.

* Lembro que a série parou os EUA. "Twin Peaks" foi exibido em canal aberto (ABC) e juntou ao redor dos televisores americanos cerca de 35 milhões de interessados no mistério de Laura Palmer. Até o Paulo Francis escrevia, de lá, sobre o seriado. Que a história não o emocionava muito, mas aquilo era muito melhor que o lixo "Dallas", grande sucesso da TV na época, mas que ninguém que ele conhecia sabia o que estava acontecendo na época. Que o David Lynch deveria ficar na TV e nunca mais voltar a dirigir no cinema.

Mas o melhor aconteceu quando o seriado chegou ao Brasil. No vapor do megasucesso nos EUA, a Globo comprou "Twin Peaks" para exibi-la aos domingos, depois do "Fantástico".

Quando passou a ser exibida aqui, um ano depois da exibição americana, era quase impossível já não saber quem era o assassino da Laura Palmer, porque as revistas importadas, jornais e tal não falavam outra coisa.

Então a guerra era para manter o suspense total, tarefa nem tão difícil assim, já que não tinha internet. O negócio era só calar a galera que tinha lido o vasto material gringo sobre o assunto.

Aí a Ilustrada, o caderno cultural da Folha, no dia ou na semana de estréia de "Twin Peaks" no Brasil, deu uma capa sobre a badalada série. E decifrou de cara o megassegredo de primeira, sob o singelo título "Saiba quem matou Laura Palmer". Avisava de cara para ler apenas os que estivessem interessados na identidade do assassino, matando toda a expectativa do whodunit, que fez do seriado o primeiro lugar da TV americana. Se não me engano, o texto registrava o fenômeno, apresentava "Twin Peaks", avisava que ia contar o segredo e... contava. A entregada genial da Ilustrada foi polêmica e rendeu um barulho do tamanho da série. Lembro que, muitos anos depois, um ombudsman da própria Folha desencavou o caso como exemplo de atitude lesa-leitor, ato editorial equivocado, uma ousadia absurda e sem graça. O nome que assinava a capa famosa, lá em 1991, era de um velho conhecido seu: Álvaro Pereira Junior.

* Ainda não coloquei minhas mãos na edição nacional do DVD (quatro discos) de "Twin Peaks", mas a caixa americana é assim. É uma caixa de papelão envolta por um plástico duro protetor. O plástico estampa o lindo rosto de Laura Palmer, alegre e dondoca, numa imagem dessas de baile de formatura, parece. Quando você tira o plástico, na caixa em si, a foto é também de Laura Palmer, pálida, machucada, morta.

* "Twin Peaks" em si, sua música e sua direção inevitavelmente têm cheiro de série datada, mas o climão sinistro está todo nela, intacto. Se você é jovem demais para ter vivido a série que é mais velha que a MTV Brasil e o "Nevermind", do Nirvana, vale a pena embarcar nessa.

* A nota triste do DVD é que ele não contém o piloto da série, quando Laura Palmer é encontrada morta à beira do rio. Uma pendenga de direitos autorais e disputa de TVs impediu David Lynch de lançar o pacote completo. O jeito foi lançar um livro explicativo sobre o prólogo da série e depois os sete episódios seguintes. Muitas videolocadoras têm esse piloto. Ele até foi vendido em banca de jornal aqui no Brasil. Um monte de gente que comprava o DVD de "Twin Peaks", nos EUA, saía da loja e procurava na rua um muambeiro vendendo o piloto-pirata, também em DVD.

* Bob.



um dia eu conto pro david lynch que eu casei com amado marido por conta de twin peaks.


ps: não era donut. a mania do agente cooper era comer torta de cereja no RR.

ps2: diane, que saudade de você.

da série não vi, não gostei e tenho raiva de quem fez: rei arthur.

resumindo todo o absurdo em uma frase: guinevere não é xena.

olha a que nível a pessoa chega.
"tá escrito krypton na tua certidão de nascimento? não? então bora pro médico que você não é o super-homem."

bem, com argumentos desse quilate e muita encheção de saco e alguma chantagem emocional, consegui levar o amado marido no médico, para ver a quantas anda a cicatrização. por ter passado mal no sábado, fui rotulada de fraca e não pude ver a consulta, mas a médica me disse que tá tudo muito bem, dentro dos conformes, e que a gente voltasse lá sexta feira que a plantonista é cirurgiã e era bom ela dar uma olhada.

"pois sim", ele disse prá mim, no caminho de casa: "já fiz demais vindo hoje."

veremos. veremos.


e cris, dotôra lagarta autonauta do meu coração, obrigada pelo carinho e por ter interrompido o exílio internético para ouvir minhas lamúrias sobre o dodói nasal. tu é um anjo.

20.9.04

como é bom ter amigos.
principalmente como vocês. todo esse carinho, a força, o cuidado. e, beta, rapai, valeu o e-mail confirmando que o tratamento é correto. a gente sempre fica com pulga atrás da orelha enquanto a amiga médica não dá o amém.
amado marido tá melhorzinho. já concordou em ir amanhã no médico ver o curativo, logo que eu chegar do curso de web. o inchaço diminuiu com as compressas geladinhas de gaze, mas o roxo-mike-tyson continua.

eu só tenho a agradecer. podia ter sido muito pior.

boa tarde, crianças.
as coisas estão indo marromeno. amado marido não foi trabalhar hoje e o olho direito está bastante inchado, parece que levou um soco.
infelizmente ele é muito teimoso e não quer ir ao médico ver se o nariz está reagindo bem aos curativos - eu não tenho nenhuma formação na área, mas não gostei nada do que vi na hora da troca de hoje. ele prometeu ir amanhã ao médico, mas não estou levando muita fé.
obrigada a todos pelo carinho e pela preocupação com ele. espero que ele colabore para no mínimo não me deixar tão preocupada.

19.9.04

aninha e clara, não contem isso para a avó de vocês. eu não quero que ela se preocupe.

bom, eu ia comentar como foi boa a tarde de ontem, com as doações à suipa e o lanche no outback com cecília e suas amigas, mas, putaquepariu, eu não estou com cabeça para nada.
ontem de noite fomos correndo para o hospital. amado marido caiu, bateu com o rosto na mesa e arrancou a pele do nariz na queda.
como foi, como não foi: um segundo. num segundo tava tudo bem, no outro tava ele estabacado no chão, uma pocinha na frente dele, a pele do nariz pendurada na cara.
vocês não fazem noção da quantidade de sangue. a metade direita do nariz dele tá em carne viva: a pele saiu como quem descasca uma banana, como um joelho ralado de queda de bicicleta.
liguei para o meu sogro e fomos pro hospital evangélico, aqui da tijuca. a atendente já foi logo avisando que não tinha tomógrafo, por conta da queda. lá pelas tantas a minha pressão caiu. muito. e não tinha sal. meu sogro foi arranjar sal para mim num pipoqueiro e eu já estava quase desmaiando. sou péssima acompanhante, acabo passando mal e distraindo a médica.
não tinha como dar ponto. o jeito foi cortar a pele que saiu e fazer curativo. gaze, remédio, soro fisiológico, vitamina c para ajudar na cicatrização, que tem o prazo de um mês, no mínimo, trocando o curativo todo dia.
hoje de manhã já fiz a troca, o nariz está quase preto, fora a pancada na testa que ficou muito vermelha na hora e hoje está bem roxa. foi uma noite mal dormidíssima. o tempo todo assustada, ele ainda sangrando muito, o inferno na torre. remédio de seis em seis horas, pano de chão molhado de sangue no tanque, parecia que tinha acontecido um crime.
estou tensa prá caramba. tou precisando chorar para botar para fora toda a angústia que eu passei. detesto hospital. não tinha nem recepcionista na recepção, e eu nem quis saber. fui emburacando pelas portas abertas, chamando "cadê o plantonista, cadê o plantonista". o pobre, bichinho, foi um anjo. tentou me acalmar dizendo que não tinha sido tiro, facada nem atropelamento, que tinha mais sangue dentro do que fora, falando um monte de bobagem. eu não baixei a adrenalina ainda.
eu tinha tanta coisa legal para contar de ontem à tarde. as amigas da cecília são uns doces, comprei finalmente a minha meia de dedinhos separados, dei muitas risadas, ajudamos a suipa, dei o presente de aniversário da cecília (um sacão de ração) e ainda fomos ao outback, onde comi a cebola maravilhosa e dividi uma sobremesa extremamente imoral.
no espírito de "ainda bem que não foi pior", eu só tenho a agradecer por estar em casa, com meu maridinho, e tudo estar mais ou menos tranqüilo. obrigada, são francisco de assis.

14.9.04

eu amo este poema há muitos e muitos anos. e hoje eu o reencontrei por aí. sorrimos um para o outro, e ei-lo aqui.

Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.

Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.

Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.

Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.

Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.

Pablo Neruda.

deu no JB de hoje

É ela
Lygia Bojunga será a grande homenageada do 6º Salão do Livro Infantil e Juvenil, que começa dia 16, no Museu de Arte Moderna.

Além de sua obra, pesou na decisão de premiar a escritora o fato de ela ter comprado todos os direitos sobre seus livros junto a diversas editoras, para permitir que fossem vendidos ao público por valor inferior a R$ 20.



eu aaaaaaaaaaaamo a lygia bojunga nunes. é por causa dela, da música do tom jobim e da lygia fagundes telles que minha filha, um dia, terá esse nome.

e as flores de setembro estão brotando com força e alegria. nem começou a primavera e eu já tenho - no mínimo - três motivos para ficar feliz.
o primeiro foi a visita de naísa, o segundo o noivado de gil e expe e o terceiro a volta da rossana!
Como diria o thunderbird, isso mesmo, amiguinhos, a Rossana e o Wumanity estão de volta. Rô, blogueira do primeiríssimo nível e de primeiríssima onda. Rô, aquela que fez a campanha pelo Lucas emocionar gente do brasil e fora dele. Rossana Fischer, que não é Vera, mas é verdadeiramente a musa da blogosfera.
Bem vinda de volta, amiga. Agora invente de sumir de novo que eu fico de mal, viu?

13.9.04

rubão barrichello.

só pode ser murphy. bastou eu não ver a corrida que rubens barrichello jogou o chinelo longe e correu como nunca!

vi o noticiário da tv e fiquei me mordendo. mas estava me divertindo e muitxo na hora em que ele se consagrava: estava na praia, em frente ao copacabana palace, tomando água de coco e falando muita leseira com naísa.

diga: só uma amizade muito forte me faria ir à praia - mesmo que só no calçadão, de sundown na cara, jeans e camiseta - num dia de domingo ainda mais ao meio dia! eu, telinha gasparzinho da silva sauro!

eu quero ficar séria e o povo não deixa.
Robby Rosa na TPM. Fotos. Entrevistas. Elogios ao disco.

Desse jeito, a menudete que existe em mim nunca mais vai dormir. e eu corro sério risco de divórcio!

Papai do Céu tava de ótimo humor quando resolveu fazer um gótico como amado marido se apaixonar por uma menudete como eu. Claro que ele não é mais gótico como aos vinte e poucos (lápis no olho, toodo de preto e cabelo espetado) mas a essência continua. Do mesmo jeito que eu não ouço Menudo todos os dias (tem teeeeeeeeempo) mas de vez em quando eu me assanho e volto no túnel do tempo.

Né por nada não, e que ele não me leia, mas como Robby tá gostoooooooooooooooso!

fui na exposição 60 anos de chico buarque.

a exposição é pequena. mas é bem dividida. mostra a infância de chico, algumas fotos na escola, desenhos, cadernos, livros. a família. aí vem a parte dos artistas que o influenciaram: joão gilberto, ataulfo alves, dorival caymmi e lá vai muita gente nessa etapa. depois o primeiro disco (bichinho! rodeado por um bando de tiete e um montão de disco para dar autógrafo.) um telão mostra o mocinho de smoking (ô, mamãezinha!) cantando a banda no festival da record. um pôster desse tamanhão mostra chico, nara leão e muitos outros em uma passeata com um cartaz de abaixo a repressão. outro telão com especiais para a tv, depoimentos de amigos e outras delícias musicais - mas não vi se passou o programa Chico & Caetano, deve ter passado. Mais um pôster mostrando o desfile que a mangueira fez para ele - uma ala com cartazes formando o rosto dele.
daí vêm os originais das letras (menina, quase que eu choro). são páginas de cadernos, folhas datilografadas e até um saco de vômito da vasp com a letra de bom tempo! ele se inspirou no vôo rio-sp e não tinha papel. escreveu naquele saquinho mesmo, e guardou!

tem um bilhete de clarice lispector para ele (tá até no livro a descoberta do mundo), um bilhete-denúncia da estilista zuzu angel avisando que, se morresse em qualquer circunstância suspeita, era porque denunciou o assassinato do filho stuart angel pelos monstros da ditadura dos anos 60 (o rapaz, não é nem preciso dizer, era de esquerda). eu vi o linha direta sobre esse caso e fiquei emocionada - deu outra forma ao que eu tinha visto na tv - tava ali, manuscrito, um pedaço de uma história horrível do brasil. fiquei com o olho cheio de lágrima, a garganta deu um nó e o meu medo de militares aumentou uns mil pontos. vi também cartões e telegramas ameaçando o chico de morte, enviados pelo comando de caça aos comunistas. deu frio na espinha.

muitas fotos (poderiam ser muito mais), cartas de tom jobim para o chico, meu deus, tom era dono de um coração imenso, todas as capas de disco, computadores para você escolher a música que quer ouvir, fotos dele com marieta e as filhas pequenas, letras censuradas pelos motivos mais absurdos (uma, por conter cachaça e cuspe - deus lhe pague - que o censor achou que eram palavras que não eram adequadas a uma boa letra. uai, e a uma letra ruim, seriam?) e entrevistas com o julinho da adelaide, pseudônimo dele para escapar da censura. pois o jornalista - mario prata - fez a entrevista com o tal julinho (na verdade, o chico se passando por ele) e botou até a foto de um cara como se fosse ele. e ainda na entrevista o julinho detonava o chico, dizendo que "chico buarque está aparecendo às minhas custas". imagino a risadagem entre chico e mario prata na hora de fazer essa entrevista de mentirinha e todo o povo acreditar que existia, sim, um julinho da adelaide.

dizendo assim parece muito, mas diante do acervo e das possibilidades achei a exposição pequena.

uma das melhores coisas da vida é ser feliz com a felicidade dos amigos. pq papai do céu, quando criou a amizade, criou uma das poucas coisas que, quanto mais se divide mais se multiplica.
queria ter falado disso antes, na hora em que soube, mas não deu. então eu falo agora:

gil, expe, vocês dois sabem o quanto eu fico feliz em saber do pedido de casamento. eu torço muito pela felicidade de vocês, e não é de hoje. não tenho palavras que sejam suficientes para dizer o quanto eu desejo de alegria, cumplicidade, força, serenidade, tesão, risadas, companheirismo, amizade, união, bom humor na hora de enfrentar o cotidiano e os problemas que invariavelmente aparecem, fé na vida de vocês juntos. joguem para ganhar de goleada, prá fazer a (nossa) torcida ir ao delírio, para ter golaço de perder o fôlego. com esse espírito, só posso dizer uma coisa: é casar e correr pro abraço.

amo vocês dois, sabiam?

boa tarde, flor da tarde

estou cheia de novidades!
o fim de semana teve naísa em terras cariocas. a viagem foi a trabalho, mas encaixamos uma visita ao bondinho do pão de açúcar, uma visita à confeitaria colombo e outra à exposição 60 anos de chico buarque. no resto do tempo, foi fazer visita a shopping center (ela trabalha na área) e fazer relatório de visita.

acreditem, batemos pernas no barrashopping, no ny city center com direito à medonha estátua da liberdade, no fashion mall com direito a ver a narcisa ai que loucura tamborindeguy, no riosul e eu nem me lembro mais aonde, pois chegou um momento que eram minhas pernas que me levavam e tico entrou em greve enquanto teco estava tendo uma crise de riso.

não deu para fazer metade do que planejamos, mas foi tão bom ter minha irmã-do-coração aqui. atum e muriel estranharam bastante, até pq a minha amiga é uma pessoa excelente, mas para ela é bicho lá, ela aqui. não maltrata, claro, mas não faz lá muita festa não. muriel ainda se aproximava, desconfiadíssima. atum era mais um fantasma do que um gato, ela só via o danado de longe.

pois foi muita celveja, muita risada, muita besteira falada por mim, meu amado marido e minha amada hóspede. até chope eu tomei.

aguardem as fotos, eu disse. e olha que eu não contei que ganhei um mundo de presentes que naísa trouxe, tanto de recife quanto da espanha (ela foi este ano lá). dentre todos, o mais especial foi saber que ela pensou em mim o tempo todo em terras espanholas. quer dizer, no tempo em que ela não pensava no guapo josé, seu amado, que é espanhol legítimo. e ela ainda trouxe a minha pedra do parque de espanha, em andaluzia. tá guardada até que perpétua entenda bem que não é para limpar nem jogar fora minha pedra paralelepípeda e linda.

foram dias corridos, cheios da sensação maravilhosa que é estar com naísa depois de tanto tempo longe. é tão bom conversar sobre tudo, dar risada, falar sério, se inteirar das novidades e falar mal da vida alheia.

amado marido foi fantástico. não teve ciúme, não fez bico porque quase não fiquei em casa e na hora das risadas sempre tinha um causo engraçado para contar (telinha, traz mais uma cerveja prá gente! - e eu bêbada de coca cola, claro).

tou feliz prá caramba. e agora que ela já sabe o caminho, sabe muito bem voltar para ficar mais tempo e a gente visitar o cristo (tava nublado, não valia a pena o passeio, não ia dar para ver nada - talvez o dedão do pé do cristo, e olhe lá.)

10.9.04

é festa no quarto da telinha!

naísa, amiga-irmã-comadre tá aqui e vai passar o fim de semana!
já fomos na exposição de chico buarque (linda e pequena - ele merecia mais!) e na confeitaria colombo!

tou feliz, feliz, feliz! aguardem as fotos!

8.9.04

todos juntos, numa corrente prá frente, brasil dando a mão:

telinha não vai ficar gripada!
telinha não vai ficar gripada!
telinha não vaiaaaaaaaaaaaatchim!


:/

merda.

7.9.04

amanhã vó maria faria cem anos.
ela morreu há algum tempo. há pouco tempo, quase nada: cinco anos, se muito.
era uma avó desse tamainho. sempre vestia cores sóbrias. um azulzinho, um cinza... cabelo num coque fininho, uma trança rala e branquinha que era comprida a vida toda. sorria pouco, mais para mim, que vivia falando besteira para ela sorrir. sempre impecável, a roupa limpíssima, o cabelo arrumado, sempre perfumada. vovó não era peguenta, não era carinhosa demais. se preocupava como iam meus estudos, minha saúde e se eu almoçava na hora certa.
conversava muito lúcida, a vista fraquinha. gostava da cadeira de balanço e da oração de são francisco. os meus presentes para ela geralmente eram santos. os presentes dela para mim geralmente eram perfumes do boticário, que ela ganhava de presente e repassava.
vovó morreu deixando muitos tecidos no guarda-roupa. eram cortes que iriam ser saias, blusas, vestidos. um dia. tem pano lá há mais de dez anos esperando para virar roupa.
um dia deu cupim e as fotos antigas viraram poeira. eu era muito nova para entender o que isso significava, e até hoje eu tenho pena pelo que se perdeu - incluindo, misteriosamente, uma caixa de cartões postais que meu tio-avô, marinheiro da marinha mercante, mandava para ela dos quatro cantos do mundo. e eu nunca vi esses postais.
vovó rezava mais de hora, toda noite. rezava e andava, andava e rezava, no escuro pela casa, lá pelas dez horas. pedia por todos da família, com nome e sobrenome. até por quem não merecia. por quem nem lembrava que ela existia. por filhos de tias distantes: ela dizia que pelos santos se beija os altares. ela gostava de fulana, pedia pelos filhos de fulana.
eu lembro de vovó tratando galinha para o almoço de domingo, lidando com uma faca quase tão velha quanto ela, faca que, de tão usada, tinha a lâmina deformada - vovó a chamava de "faca magra". e todos tinham os seus copos. não se bebe no copo do outro, minha filha.
ela era miudinha. eu de joelho era capaz de ser mais alta do que ela, vejam que não é vantagem nenhuma a minha altura.
vovó pintou, por um tempo. com tinta de tecido em telas de pintura. caminhos com casinhas, vegetação, barcos no mar. quadros simples, mas cheios de vida, cheios de nuances. cada árvore era de um tom de verde com seu tipo de folha.
vovó bordava na velha singer preta de pedal.
vovó usava brinco de pérola. ela tinha um brinco antigo que eu queria pedir de presente e nunca tive coragem: uma rosa de ouro velho, um dourado escurecido. um dia, no banho, o brinco desceu pelo ralo. não sei que fim levou o par.
vovó me mandava dormir cedo. tinha as mãos trêmulas. cochilava assistindo a tv, mas nunca admitiu. vovó era mandona, era tinhosa. não quis festa aos noventa anos e a gente acabou descobrindo que era porque não queria que soubessem que ela estava fazendo noventa anos. vaidosa, dona maria minha vó.
eu morro de saudade dela. e queria ter conhecido muito mais sobre ela, e ter passado mais tempo e ter deixado vovó mais feliz.
mas não tenho remorso. amei, amei e amei. queria ter amado mais. mas a saudade é doce. feliz aniversário, vó.

6.9.04

tu sabia que amado marido conhece o príncipe charles?
aquele?
da lady di?
apoi, meu marido é chique, eu sou chique por tabela.
foi assim: na última visita do príncipe ao brasil-brasileiro, sua alteza foi no trabalho de amado marido falar com os homi sobre petróleo e quetais. e quando o elevador chegou e o orelhudo real embarcou, meu amado marido estava lá. e ninguém ia cometer a gafe de tirar um funcionário concursado de um elevador só para dar o lugar pro príncipe de gales.
daí que com rexona sempre cabe mais um e foi príncipe, segurança, puxa-saco, um chefão e meu singelo esposo no elevador.
nas palavras de amado marido, o príncipe é feio. muito feio, muito branco (aquela cor de fórmica tão apreciada pela monarquia para mostrar que o sangue é azulzinho) e tem uma pele horrível.
pois o príncipe olhou pro plebeu, fez um sinal de "hello, poor third-world-man" e amado marido ficou com cara de "ó o cara, aê".
daí que chegou no andar de amado marido e ele saiu para trabalhar e ligar para mim contando o encontro com a realeza britânica.

todo mundo sabe que eu adoro gatos. amo. mas como nada nessa vida é só beleza, tem uma coisa nos gatos que eu abomino.
o xixi.

quer dizer, xixi não, mijo.
xixi é de gente. mijo, apesar de ser uma palavra horrível, é o que mais se adequa ao lixo atômico em forma líquida que sai dos corpinhos felinos que eu tanto amo.

e muriel, minha princesinha, tem o xixi desvairado.
mijou na minha bolsa.
até no meu chaveiro de girafa.
estou a ponto de torcer o pescocinho dela.

minha teoria é que não há ação sem uma causa anterior. e a causa anterior é que o arranha-gato quebrou e nós jogamos fora.

logo, isso foi uma retaliação aos meus cuidados maternos com a saúde dessa ingrata.

5.9.04

estou ouvindo meus mp3 da pasta 1986. gente. nunca houve um ano como 86. nada como ter 15 anos. madonna, michael jackson, prince, culture club, cindy lauper cantando time after time!!!!!!!!
estou quase tendo um ataque - não sei se de choro ou de asma, pq já pulei tudo que podia. metrô cantando johnny love (e eu, apaixonada por um menino chamado marcelo, cantava o nome dele ao invés de johnny, sempre desafinando no agudo).
e tem coisa mais linda, mais maravilhosa do que i can´t fight this feeling?

3.9.04

melhor definição de amizade que eu li em muito tempo:

"Um simples amigo te ajuda a remover um móvel.
Um amigo de verdade te ajuda a esconder um corpo".

bem, crianças, eu já estou com tudo acertado para começar a natação. ou a hidro. ainda não me decidi, é que o horário da natação é crítico: 6:45 da madrugada. já a hidro é em horário de gente. enquanto não decido, vou comprando o maiô preto, básico, e vou procurar uma touquinha das meninas superpoderosas.

os gatos estão bem, tudo está bem, e eu tenho medo que me c*go da fatura do credicard.
essa é a minha vida.

1.9.04

olha que máximo: chegaram aqui procurando por fotos de gatos da telinha.

ó o link! http://search.msn.com.br/resul...os%20de%20gatos%20da%20telinha