98 Telinha e seus gatinhos

no dia que eu me zangar
mato voce de carinho

Ze´ Limeira

19.9.04

aninha e clara, não contem isso para a avó de vocês. eu não quero que ela se preocupe.

bom, eu ia comentar como foi boa a tarde de ontem, com as doações à suipa e o lanche no outback com cecília e suas amigas, mas, putaquepariu, eu não estou com cabeça para nada.
ontem de noite fomos correndo para o hospital. amado marido caiu, bateu com o rosto na mesa e arrancou a pele do nariz na queda.
como foi, como não foi: um segundo. num segundo tava tudo bem, no outro tava ele estabacado no chão, uma pocinha na frente dele, a pele do nariz pendurada na cara.
vocês não fazem noção da quantidade de sangue. a metade direita do nariz dele tá em carne viva: a pele saiu como quem descasca uma banana, como um joelho ralado de queda de bicicleta.
liguei para o meu sogro e fomos pro hospital evangélico, aqui da tijuca. a atendente já foi logo avisando que não tinha tomógrafo, por conta da queda. lá pelas tantas a minha pressão caiu. muito. e não tinha sal. meu sogro foi arranjar sal para mim num pipoqueiro e eu já estava quase desmaiando. sou péssima acompanhante, acabo passando mal e distraindo a médica.
não tinha como dar ponto. o jeito foi cortar a pele que saiu e fazer curativo. gaze, remédio, soro fisiológico, vitamina c para ajudar na cicatrização, que tem o prazo de um mês, no mínimo, trocando o curativo todo dia.
hoje de manhã já fiz a troca, o nariz está quase preto, fora a pancada na testa que ficou muito vermelha na hora e hoje está bem roxa. foi uma noite mal dormidíssima. o tempo todo assustada, ele ainda sangrando muito, o inferno na torre. remédio de seis em seis horas, pano de chão molhado de sangue no tanque, parecia que tinha acontecido um crime.
estou tensa prá caramba. tou precisando chorar para botar para fora toda a angústia que eu passei. detesto hospital. não tinha nem recepcionista na recepção, e eu nem quis saber. fui emburacando pelas portas abertas, chamando "cadê o plantonista, cadê o plantonista". o pobre, bichinho, foi um anjo. tentou me acalmar dizendo que não tinha sido tiro, facada nem atropelamento, que tinha mais sangue dentro do que fora, falando um monte de bobagem. eu não baixei a adrenalina ainda.
eu tinha tanta coisa legal para contar de ontem à tarde. as amigas da cecília são uns doces, comprei finalmente a minha meia de dedinhos separados, dei muitas risadas, ajudamos a suipa, dei o presente de aniversário da cecília (um sacão de ração) e ainda fomos ao outback, onde comi a cebola maravilhosa e dividi uma sobremesa extremamente imoral.
no espírito de "ainda bem que não foi pior", eu só tenho a agradecer por estar em casa, com meu maridinho, e tudo estar mais ou menos tranqüilo. obrigada, são francisco de assis.