98 Telinha e seus gatinhos: 09/01/2002 - 10/01/2002

no dia que eu me zangar
mato voce de carinho

Ze´ Limeira

26.9.02

meu aniversário é mês que vem. jesus, como demorava a chegar outubro quando eu era criança. eu tinha que passar pelo aniversário de uma irmã, da minha mãe e do meu pai até chegar ao meu.

que que eu quero?
xeuver.

besteirinhas. prefiro ganhar um monte de leseira a um presente caro só (a não ser que ele venha numa caixinha azul de laço branco, da tiffany´s)
umas roupas novas (ê, mulé é tudo ingual mermo)
quero um fim de semana num hotel lá em petrópolis. num, não. naquele mesmo :)
quero abraços da minha família. quero ver o quanto minhas sobrinhas estão mais altas que eu (grande vantagem!)
não reclamava de ganhar os dvds de moulin rouge e amnésia.
aquela escrivaninha que tem aquela cortininha de madeira que fecha a frente, sabe qual é? adoro, morro de vontade de ter uma.
um violinista com venda preta tocando no jantar de aniversário (da série coisas bregas que eu morro de vergonha de achar o máximo)
flores! muitas flores! (só que muriel vai querer comer, essa onívera assanhada)
os sandman que faltam na minha coleção - aquele dos pequenos perpétuos, principalmente
um pôster da danae de klimt
o perfume flower by kenzo eu já ganhei! menos um na lista ;)
um roupão felpudíssimo e branco. ou aquele que aquela menina usava em melrose. aquela menina, publicitária, que namorava o billy. ela mesma. pois ela tinha um roupão que eu morria de cobiça.
tá bom, né?

freeeed, vem ver o que eu escrevi no blog...

então eu estou usando duas maria-chiquinhas, meus amados leitores. falei outro dia com minha sobrinha que, subitamente, tem 18 anos, uma carteira de motorista e faz faculdade. não, o mundo não está no seu lugar. dane-se o dólar, pq eu tou lisa, mesmo. vi ontem monstros s/a, que perdi no cinema por aquela imbecilidade de deixar para amanhã e quero ter uma filhinha igualzinha à Boo. os beicinhos que ela faz são absolutamente maravilhosos, a equipe de animação tá de parabéns. sinto falta da minha sobrinha que agora tem 18 anos. ai. não vou fazer sentido, me recuso, quem faz sentido é soldado, li em algum lugar. eita que eu vi um consultor na tv dizendo que não basta ser bom profissional para ser contratado no mercado de hoje: tem que ser extraordinário. tou lascada: nem minha mãe me acha extraordinária. sou uma criatura que gosta de escrever, de cultura em geral e principalmente de cultura inútil. achei que ia me achar na publicidade, mas as coisas não foram bem por aí. a impressão que eu tenho é que eu tenho todas as ferramentas para fazer alguma coisa que eu simplesmente não sei o que é. pela primeira vez em três anos, estou gostando muito de morar no rio, quando antes só gostava muito de morar com fred. que que houve nesta terra para eu olhar as ruas com o carinho que ando olhando, sem suspirar pelo capibaribe-beberibe? ai, tou com cólica. o que, no fundo é uma coisa boa. antes da gente transar, menstruação é uma coisa irritante. depois é maravilhosa, apesar da cólica, pq confirma que todos os anticoncepcionais funcionaram e a gente não tá grávida. meninas, vcs concordam? pois foi. vou escrever um post inteiro sem falar dos gatos. meg, meg, volta a escrever, menina, como que o mundo blog vai viver sem suas palavras? escrever por obrigação é um saco, para satisfazer os outros tb, mas escrever como maneira de estar perto de um mundo de gente que te adora é outra coisa. volta a escrever, meg. hm-hm? não costumam resistir ao meu olhar de pidona :) e juro que importo um bolo-de-rolo de recife só para vc.
vejamos, preciso arrumar um emprego. sim, claro. onde, mesmo, e fazendo o quê?
será que o washington olivetto lê blog? será que ele está lendo o meu e percebendo o imenso potencial nas entrelinhas dos meus mal traçados posts?

24.9.02

mas quero falar sobre isso não. quero dizer que é muito bom estar casada com uma pessoa que considera hambúrguer e batata frita um jantar maravilhoso, e que faz o melhor molho de cachorro quente que eu já comi.

o nosso reveillon do milênio foi pizza com champanhe, e poucas vezes fui tão feliz.

adultos, morram de inveja.

e chove nessa terra. benza deus.
muriel tá no cio. benza deus.
eu tou sem trabalhar. benza deus.

e já já chega a conta do cartão. socooooooooooooorro!

ei
você aí
me dá um emprego aí
me dá um emprego aí

com mil e seiscentos demônios. sonhei que o eminem era meu amigo e o nome verdadeiro dele era christian.

19.9.02

papel toalha tb é cultura.

olha o que veio escrito num rolo de papel toalha que eu comprei: o ano que foram inventadas algumas delícias que a gente adora!

cachorro quente: charles feltman, 1860.
gotas de chocolate: ruth wakefield, 1930
sorvete de casquinho: charles mariches, 1904
pão fatiado: otto frederick rotwedder, 1928
batata frita: george crum, 1853

18.9.02

FORBES CALCULA RIQUEZA FAZ-DE-CONTA

os mais ricos de mentirinha

1 - Papai Noel - Fortuna infinita
2 - Riquinho Rico - 24.7 bilhões de dólares
3 - Oliver "Daddy" Warbucks (pai adotivo de Annie, a Pequena Órfã) - 10 bilhões de dólares
4 - Tio Patinhas - 8.2 bilhões de dólares ( não eram quaquilões? a inflação comeu?)
5 - Thurston Howell III (Milionário da Ilha de Gilligan, seriado anos 60/70) - 8 bilhões de dólares
6 - Willy Wonka (dono da Fantástica Fábrica de Chocolate) - 8 bilhões de dólares
7 - Bruce Wayne - 6.7 bilhões de dólares
8 - Lex Luthor - 4.7 bilhões de dólares
9 - J.R. Ewing (do seriado Dallas) - 2.8 bilhões de dólares
10 - Auric Goldfinger (vilão de 007 contra Goldfinger) - 1.2 bilhões de dólares
11 - C. Montgomery Burns (patrão de Homer Simpson) - 1 bilhão de dólares
12 - Charles Foster Kane (Cidadão Kane) - 1 bilhão de dólares
13 - Cruela Cruel (101 dálmatas) - 875 millhões de dólares
14 - Gordon Gekko (magnata do filma Wall Street - Poder e Cobiça) - 650 milhões de dólares
15 - Jay Gatsby (o grande Gatsby) - 600 milhões de dólares


Qual seria o valor de mercado da fábrica de brinquedos que Papai Noel mantém no Pólo Norte, em que produz milhões de brinquedos por ano, com a ajuda de duendes? Quanto dinheiro o Tio Patinhas guarda em sua caixa-forte? Segundo a refista Forbes, a fábrica garante a Papai Noel uma fortuna infinita, o que faz dele a personagem fictícia que, se existisse, seria a pessoa mais rica do mundo.
Já os investimentos do Tio Patinhas estão avaliados em US$ 8,2 bilhões, o que o coloca no quarto lugar do ranking ficcional da Forbes e seria suficiente apenas para ocupar a 32a posição na lista das pessoas mais ricas do mundo em 2002. O que não o impede de ser o pato mais rico do mundo, na ficção ou realidade.
Aproveitando a comemoração dos 20 anos da publicação da lista das 400 pessoas mais ricas dos Estados Unidos, divulgada na última sexta-feira, pela primeira vez a revista Forbes avaliou a riqueza das personagens de ficção , sejam de livros, filmes, histórias em quadrinhos ou séries de TV.

CESAR BAIMA - Jornal do Brasil

17.9.02

eu tenho amigas muito queridas, de muito tempo mesmo - lá do século passado - para quem escrevo cartas e elas não respondem. mando e-mails que tb não são respondidos. e isso me chateia um bocado. me dá raiva delas e a certeza de que nunca jamais em tempo algum. pq elas tb não telefonam (são irmãs, deve ser de família).

mas cada vez que eu ligo e a gente ri, tudo isso perde a importância.

Quantas pessoas, naquela manhã do dia 11 de setembro, estavam no World Trade Center contra a própria vontade, tentando seguir uma carreira que não era a delas, fazendo um trabalho que não gostavam, apenas porque ali era um lugar seguro, onde podiam garantir dinheiro suficiente para a aposentadoria e a velhice?

paulo coelho

me pergunto o que eu quero ser. não sei ainda. sei que gosto de escrever e de ser lida, e que gosto do meu nome, e que tenho certeza de que ele ficaria maravilhoso escrito bem grande em luzes brilhantes, como os dos astros de cinema nos anos 40. assim: STELLA CAVALCANTI. sei que quero trabalhar com o que me dê prazer e grana, nessa ordem.

tenho certas pretensões. algo entre barbara gancia e martha medeiros. um dia talvez lance o evangelho segundo stella cavalcanti. ególatra, eu sei. mas quem de nós não é?

sim, meu lado pollyana anda vendo vantagens. meu lado hardy-har-har anda vendo catástrofes. no meio disso tudo, ainda não sei o que tou sentindo.

pois foi.

fui demitida hoje da locadora. as conversas de sempre: crise, pouco aluguel, eu sou a mais nova e coisa e tal. já andava querendo sair de lá, mas ser demitida deixa um gosto ruim na boca. mas não passei recibo. dei um sorriso, desejei boa sorte, entreguei minha chave e fui embora.

15.9.02

e num foi por palavras escritas que eu e fred nos achamos e nos seduzimos, seu moço?

Como seduzir por escrito
[por Fernando Bonassi]

Tenho 40 anos e procuro uma história de amor. Daí que estou atirando para todos os lados (com critério, é claro!) e, resumindo, entrei na onda do relacionamento on-line. Pergunto: como manter curiosidade, interesse e sedução com a linguagem escrita? Olga, por -mail

Uma pergunta de estilo?! Gostei! Olha, o que você pergunta é o que todo escritor, até por curiosidade profissional, acaba se perguntando um dia ou outro dessa vida. Andei lendo com atenção algumas das respostas que eles deram e cheguei à conclusão óbvia de que o assunto é um deserto de unanimidade.

Agora, que tem gente capaz de deixar musas e musos completamente tontos e entregues, isso é bem verdade. Eu mesmo já derreti muito coração gelado à base de bilhetinhos e e-mails com o meu estoque de citações de Murilo Mendes, Cazuza, Sam Sheppard, Garcia Lorca, Antonio Cícero, Ana Cristina César, Torquato Neto, Alberto Morávia, E. E. Cummings, Lupicínio Rodrigues, Cartola e Caetano Veloso.

Te aconselho a mergulhar nesse tipo de autor, ouvir músicas, pedir conselhos mesmo, visitar livrarias e bibliotecas, conhecer essa gente que tem o dom mágico de fazer com que as palavras penetrem o fundo dos nossos espíritos.

Enquanto isso, penso que a atitude mais interessante é ter uma relação mais, à falta de melhor palavra, humilde com as palavras. Sirva-se delas não para causar efeito, mas para procurar traduzir com simplicidade o que se passa no seu coração.

Além disso, e tão importante quanto ser simples, é ser original. Originalidade não é um monstro gramático. É questão ética. Atendo-se a descrever com verdade (e sem muitos adjetivos, por favor!) o que você sente, dá resultado.

Se você pensa nele quando abre a janela de manhã, escreva; se você se lembra dele quando faz bolinho de chuva, escreva também; se você tem arrepios quando se prepara para entrar no chat, escreva! Escreva, escreva, escreva! Descreva para ele como o papo que vocês levam ajuda a melhorar a sua vida cotidiana, descreva os episódios que ficaram mais saborosos depois que você começou a se corresponder com ele.

Leia muito, escreva muito. É que nem sexo: quanto mais se faz, mais se aprende a gozar nas boas coisas dele.

14.9.02

e eu me prometi pintar o cabelo de rosa antes dos 32. ou seja: antes de um mês eu vejo la vie en rose.

mêda!!!!!!

A Ana Cristina Reis, que escreve no Globo (Caderno ELA) quer me matar. Vê só a primeira frase da coluna dela, hoje: Fui conhecer Recife e voltei de alma lavada.

ai meu deus. dai-me poderes para virar a cabeça de amado marido prá nós juntar mala, cuia e gato e ir embora para a minha terra!

saiu o DVD de Osmose Jones, o filme mais legal que eu vi no Anima Mundi deste ano. Animação com clima cartoon-noir dentro do corpo e atores de verdade do lado de fora. Muito legal. Muito legal meiiiismo!

EU ODEIO A EDITORA GLOBO!!!!!!!!!!

eles não páram de ligar querendo que eu faça assinaturas! juro, há meses eles ligam, na média de três em três dias, e não adianta o que eu diga, eles não se ligam e ligam de novo!
eu odeio a globo e nunca mais faço assinatura de porra nenhuma com eles!
já fui educada, já fui direta, já caí no barraco e já chamei supervisor. que inferno! hoje, nove e pouca da manã: "senhora stella? é da editora globo!" já disse pro fred dizer que eu morri quando atendesse o telefone, mas eles não param de ligar! que inferno! será que eles não viram que deram tiro no próprio pé?

eu sei que este é um blog de gente educada, mas eu preciso desabafar!

todo mundo junto: puta que pariu!
só o lado direito: puta que pariu!
agora o lado esquerdo: puta que pariu!
e as criancinhas: puta que pariu!
e só as mulheres: puta que pariu!
e agora os homens: puta que pariu!
e as abelhinhas: zum-zum-zum-zum-nhiu!
e as drag-queens: puta que pariu!
todo mundo junto: puta que pariu!
de noooovo!


gracias pela atención.

ô inferno, minha garganta pifou de novo.
será o caso de tirar de vez essas amídalas?

Cadê o pequinês?

O cachorro predileto dos anos 70 praticamente sumiu do mapa. Hoje só restam sete criadores no país
Renata Brito

Quem foi criança nos anos 60 e 70 tem pelo menos uma história para contar envolvendo um cachorro pequinês: seja a mordida sofrida do mascote de uma tia, o latido estridente do cão da amiga dos pais ou o jeito antipático e esnobe do exemplar dos vizinhos. O pequinês era o cão da moda naquela época, mas a raça foi perdendo prestígio e praticamente sumiu do mapa. Sua última representante famosa era a pequena Pepezinha, companheira da emergente Vera Loyola durante 14 anos, morta em abril. ''Desde que Pepezinha morreu, estou à procura de um filhote de pequinês , mas não acho um criador'', queixa-se. A saudosa mascote era adorada pela emergente. Seus aniversários eram comemorados com festas de arromba na casa da socialite na Barra.
Vera Loyola tem razão de reclamar. Hoje, não existe um único criador de pequinês no Estado. No resto do país são apenas sete: quatro em São Paulo, um no Distrito Federal, um em Pernambuco e outro no Rio Grande do Sul. Se o pequinês vive no ostracismo, o labrador nunca desfrutou de tanto prestígio. Só no Kennel Club há 73 criadores registrados. O pequinês chegou ao Brasil na década de 60. O cão se manteve no ranking dos mais comprados até o fim dos anos 70. ''Hoje, quem procura um cão pequeno prefere o dachshund, o terrier ou o pug'', diz Edson Bárbara, proprietário do canil Damabiah, em São Paulo, um dos poucos que ainda criam pequinês no país. Bárbara abriu seu canil há dez anos. Desde então, vende em média 12 filhotes por ano.

Os criadores acreditam que o principal fator para o quase desaparecimento da raça foi a má qualidade dos filhotes, resultado de reproduções inadequadas. O pequinês autêntico tem entre 15cm e 23cm de altura, focinho achatado, largo e preto. O pêlo deve ser longo, liso. Olhos esbugalhados são sinal de falsificação. O detalhe mais surpreendente é que o pequinês autêntico tem boa índole e não se parece em nada com os tipos birrentos responsáveis pela má reputação do bicho. ''A fama de nervoso do pequinês é culpa das misturas mal-sucedidas. O original é extremamente equilibrado e dócil'', diz Caio Oliveira, dono do canil Victória Alkuist, de São Paulo.

revista domingo, jornal do brasil

11.9.02

se um dia eu mudar o nome deste blog vai ser para randômica.

falei da vó, de twin peaks, do trabalho e agora falo do hambúrguer de calabresa da sadia: recomeindo! deve ser a vigésima-terceira maravilha do mundo! e eu inda inventei de colocar batata palha no pão, que nem se faz com cachorro quente. nhac!!!!!

tava pensando na minha vó. na que eu conheci, pq a outra morreu antes de eu nascer. vó maria não era dona benta, definitivamente. nunca fez doce para mim. era de poucos carinhos (que espanto no dia que eu notei isso!), fazia trovas e crochê e bordava à máquina umas flores imensas, coloridas. era desse tamainho e tinha um coque feito por uma trança finiiiiinha e comprida. cabelo branquinho-amarelado. sinto falta dela. a última vez que nos falamos ela disse que estava com saudade e perguntou quando íamos nos ver de novo... e não nos vimos mais.
bença, vó.

parem as rotativas! tem dvd de twin peaks nas bancas!
td bem que não é a série, é um filme assim-assim que não tem a audrey original, mas putz que los páril, é twin peaks!

esta semana mesmo eu vi um especial sobre trilhas de cinema no gnt (ou foi multishow?) comentando algumas das trilhas mais famosas do mundo (tipo a de easy rider) que terminou com um depoimento do angelo badalamenti (compositor oficial do lynch) contando como foi fazer o tema de laura palmer. foi mais ou menos assim que ele disse:

ele sentou ao piano com o lynch do lado, que começou a descrever a cena: vc vai fazer uma música para uma personagem chamada laura palmer. ela é linda, mas é uma alma perdida... toque algo dark... é noite, estamos em uma floresta... uma coruja pia ao longe... é tudo muito escuro, triste, um pouco opressor... de repente, ao longe, você vê uma moça saindo de trás de uma árvore... é laura palmer... suavize a melodia, ela é tão linda... e está vindo em nossa direção, nesta floresta escura... ela está chegando perto, faça um clímax na música... e ela vai se afastando, e tudo fica dark novamente, voltamos à floresta, estamos sozinhos... estamos na floresta, é noite, a coruja pia ao longe, laura foi embora...

pronto, angelo. você compôs o tema de laura palmer, e o tema de amor de twin peaks.


fiquei toda arrepiada vendo isso. se vc gostou de tp tanto quanto eu, vc sabe do que eu estou falando

vi hoje um filme que me tirou o fôlego: um anjo em minha mesa, da jane campion. é a biografia de uma escritora neozelandeza, Janet Frame. dói e é lindo e faz acreditar na nossa força. me fez pensar muito na minha infância/adolescência, quando eu escrevia e desenhava pilhas de papel... e hoje, escrevendo no blog. isso me lembra uma pergunta que me fizeram, pq eu escrevo o blog. pq gosto de escrever e gosto de ser lida, eu disse.
mas, voltando ao filme. olha o que eu achei no imdb.

Janet Frame grows up in a poor family with lots of brothers and sisters. Already at an early age she is different than the other kids. She gets an education as a teacher but since she is considered abnormal she is locked up in a mental institution for eight years. Success comes when she starts to write books

mas é muito pouco. não fala das mortes que ela enfrentou, da crueldade que era a escola e depois da maravilha que foram os novos professores, da imensa timidez nas festas (ponto em comum comigo), do amor que viveu na espanha (que eu tb quero viver) e do triste diagnóstico de esquizofrenia, que a fez passar oito anos (OITO!) num hospital psiquiátrico, e da quase lobotomia que ela sofreu (foi salva na última hora pq um livro dela ganhou um prêmio). e era óbvio que ela não era esquizofrênica, para seu grande espanto. pois, se era """"normal""", a quem pedir ajuda? Pois Janet escapou de armadilhas (como um cara interessado nela que dizia o tempo todo para ela parar de escrever e ir trabalhar em algo respeitável) e continuou escrevendo - e como seus livros são bons! e deve estar escrevendo até hoje.

ela é considerada a melhor escritora da nova zelândia e, em 55 anos de carreira (ela nasceu nos anos 20), publicou 12 romances, 4 coletâneas de contos, uma de poesia e três volumes de autobiografia. quer saber mais? o google tá aí para isso mesmo.

ando pensando em sair da locadora. putz, tenho dado tanto fora que parece tragicomédia. e nem é pq tou nova no emprego, é que não é a minha mesmo. é que nem quando pintou de trabalhar como locutora: não dava tesão, me sentia sozinha, tinha que acordar cinco da manhã e não conseguia imaginar que tinha gente me ouvindo. não deu liga, fui embora.
eu me sinto como um elefante numa loja de louça. o contato com o povo é muito louco! o que tem de gente grosseira e querendo se dar bem em cima da locadora é um absurdo. lei de gérson total. e é necessário ter malícia, maldade, cara de pau, coisa que eu não tenho. claro que tem gente legal, conversas sobre filmes e tal. mas a partir do momento que vc fica atrás do balcão a coisa muda de figura... e eu ando me sentindo inadequada, o povo me achando burra por não entender coisas que eles sabem há anos (fácil isso qdo nego trabalha há mais de 5 anos no ramo, eu tou há 3 meses). e eu vou trabalhar com a maior boa vontade, não trato cliente na chibatada, puxa, sou gente boa. mas não dá para colocar um peixe na gaiola e pedir que ele cante: não tou legal, quero trabalhar com coisas que eu sei fazer bem. ou pelo menos que eu acho que sei, caramba.
quero fazer meus textinhos, meus projetos, minhas promoções, voltar à de publicidade, minha área. fazer minha pós graduação, tão adiada por absoluta falta de grana.

10.9.02

nadanão, mas nessas histórias de 11 de setembro, ninguém falou ainda do tourist guy.

povos,

falei outro dia com a minha mãe. apesar de ser um dia complicado - seria o aniversário de vó maria, que morreu ano passado - mamãe estava bem. quer dizer, uns decibéis acima do bem. questão é que - graças a deus - a fase negra passou e estamos numa fase eufórica. equilíbrio é difícil para quem sofre de bipolar. montanha russa é assim mesmo. mas eu prefiro que ela esteja mais pro esfuziante do que do outro jeito. ninguém disse que é simples, mas o amor não muda. mesmo.

mas tb não é pro povo achar que por estar passando por uma depressão vai ser condenado a ser bipolar, pq o buraco é muito mais embaixo. depressão é uma coisa, bipolar é outra. no mais, é se alimentar direito, tomar sol que faz muito bem e - pode parecer bobo, mas é eficaz - levantar o olhar do chão. olha para cima, criatura. olhar pro chão é bom que evita topada e buraco, mas durante uma depressão é sintoma que as coisas vão mal. forcem o olhar para cima (também não é para exagerar) e façam pequenos agrados na alma. o que fizer bem para vc, faça. brigadeiro. ouvir a trilha sonora de mudança de hábito, o filme de freira da whoopi goldberg. fazer nada e esperar passar, que forçar tb faz mal. e não se esconda de quem lhe quer bem, mesmo que na maior das boas intenções essa pessoa diga que ver vc triste faz ela ficar triste tb. não se isole, por deus. e não seja alvo do próprio preconceito: tome atitudes, pois só vc pode começar. depois o povo ajuda, mas o primeiro passo é seu.

e saiba que passa. vai passar, vai passar. talvez vc saia mais forte, talvez mais sensível. mas passa.

8.9.02

vi um blog lindo ontem. esqueci qual foi. ôoooooooooo...

casamento é:

o marido jogar fora o jornal que você queria ler, pq ele "já separou o que prestava"

prescrição

flor de melão. todo dia.
prá matar saudade. prá aguçar curiosidade. prá morar em algum lugar do sutil.

Fernando Bonassi. uau.

Dar ou não é questão de apetite
[por Fernando Bonassi]

Gostaria que você solucionasse minha dúvida quanto aos homens: como acreditar que eles realmente nos amam, mesmo que esse contato esteja fora do apelo carnal, ou seja, sem sexo, pelo menos por um tempo... Ametista, por e-mail

Não posso "solucionar" essa sua dúvida, porque não vejo razão para ela. Aliás, prefiro colocar ainda mais dúvidas para você: por que essa idéia de que sexo é alguma espécie de proveito apenas masculino? Que tipo de pureza é essa que o sexo macula? Mais: de onde você tirou que, do interesse sexual, não podem frutificar outros interesses, segundo seu raciocínio, "mais espirituais"? Por que entender a sexualidade como um "grande prêmio", fadado a ser entregue àquele que dispõe de, digamos, mais paciência?

Se você quer saber mesmo, acho até que damos mais importância ao sexo do que ele realmente tem. Penso que deveríamos tirar o peso moral que botamos nessa parte da vida. Torná-la mais simples e desencanada. Dar, não dar, é questão de apetite. De lançar-se ao desejo (sempre com camisinha, por favor!) quando se tem vontade e também de recusá-lo, quando não nos parecer bom o suficiente.

Pode-se argumentar que o molho da paixão torna tudo mais interessante, o que eu concordo, mas a ausência desse tempero não invalida outras qualidades da refeição.

Não consigo entender esse jogo de gato e rato no que diz respeito às coisas do sexo. Acho um atraso ético assumir papéis sexuais definidos demais, especialmente aqueles mais doentes, que rezam que uns devem se comportar como caçadores e outras como caça.

Para mim, tão triste quanto aquele ou aquela que crê na relação sexual como a única coisa relevante na parceira ou parceiro é quem imagina que a capacidade de privação de sexo atesta mais amor. Sexo é o engate divertido de dois corpos. É mais que um alívio e é menos do que a vida. Ele não cura todos os males, só aqueles que dizem respeito à falta dele. Não acho pouco. E não acho tudo.

Trabalhamos, dormimos, estudamos, votamos, brigamos, sacaneamos, somos sublimes, mesquinhos, interessantes e chatos alternadamente. Muitos de nós conhecem as dores e delícias de encontrar e permanecer com as caras-metades. Sexo é bom. Amor é bom. Amor com sexo é bom. Praticai o que é bom e estarás praticando o bem.

Para Gil

Na sauna portátil a 300 km por hora

Repórter experimenta sensação de "voar" no circuito oval

Gabriela Boeing - Repórter do JB


CHICAGO, EUA - Enquanto aguardava, tensa, minha vez na Indy Racing Experience, evento que levou alguns privilegiados para um "voltinha" no circuito oval do GP de Chicago da IRL, o único conselho que ouvi do piloto Felipe Giaffone foi "relaxa e aproveita". "Só isso?", pensei.
No auge da ansiedade, esperava pelo menos ouvir alguns conselhos técnicos para minha primeira experiência no cockpit de um foguete que anda a 300 km por hora. O jeito foi vestir o uniforme de piloto, uma verdadeira sauna portátil: macacão, luvas, sapatos especiais, balaclava.
Mas o pior ainda estava por vir: hora de colocar o capacete e se preparar para a volta, avisou um técnico da IRL. Com o uniforme completo, dois ou três homens me davam instruções que pareciam importantíssimas antes de entrar no carro. Mas quem disse que, com aquele capacete e o barulho do circuito, consegui ouvir pelo menos metade do que me disseram?
Com a ajuda de dois mecânicos e uma escadinha, entrei no lugar reservado para mim, atrás do piloto que me guiaria. Com dois cintos fui presa àquele buraco apertado e ainda recebi mais uma proteção por cima dos ombros. "Tudo certo?", perguntaram. Mas antes de qualquer resposta, o piloto já arrancava para entrar na pista. Com o carro tomando velocidade, tive que conter a vontade de gritar de euforia.
Na primeira volta, ainda um pouco tensa, permaneci com as mãos agarradas numa espécie de volante sem utilidade. Nas curvas, a força das mãos aumentava mais ainda. À direita, só conseguia enxergar a roda dianteira do carro e o muro, que parecia próximo demais. Fui sentindo que a velociadade aumentava. Ao mesmo tempo, fui me soltando dentro do carro. Conseguia olhar a pista do circuito, ver passar muito rapidamente a entrada dos boxes.
Depois de cinco voltas, o carro voltou para os boxes, infelizmente. Deu vontade de pedir para o piloto: "ei, não pára~, não!" como uma criança que é tirada do parque de diversões.
Mas o carro já estava parado diante dos mecânicos que agilmente me tiraram do carro. O capacete não me incomodava mais. Nem o macacão era tão quente. De acordo com um dos mecânicos, minha experiência teve velocidade média de 250 km/h, chegando na reta a 280.
Além de ter elevado minha adrenalina a um nível nunca experimentado (depois dali, quem estava comigo teve que aturar pelo menos uma hora de comentários repetitivos de "muito bom! muito bom!"), saí do circuito com uma resposta para algo que questionei durante muito tempo. Agora eu sei o que motiva pilotos a arriscarem a vida dentro de um carro de corrida.

7.9.02

eu queria perguntar uma coisa: quem pode me indicar um site para eu hospedar fotos que não suma com elas, como o fotki faz, e que seja bem facinho, como o fotki é?

bom, aqui estamos quase todos vivos e quicando, no meio dessa frente fria que quase levou para oz os miquinhos que moram na árvore ao lado da minha janela. o largo dos leões tá que é um desastre: muitos galhos quebrados, alguns mais grossos que meu braço. atum e muriel surtaram com a ventania e os barulhos, enquanto eu tive uma vantagem: acordei de um pesadelo horroroso, no qual eu precisava ir embora de um lugar e não conseguia, por conta de inúmeros atrapalhos. o caos. acordei gritando com a voz que me faltava no sonho, e isso o dia tava clareando. fui trabalhar feito um zumbi.


e viva sete de setembro.