ontem foi aquele pé d´água aqui no rio, vocês viram. pois o calor já voltou! pai eterno!
pois de noite, umas 8 horas, caiu a luz. e a chuva lá fora. o telefone, que é ligado na tomada, emudeceu. o celular não completava o número da light. o calor, apesar da chuva, foi chegando. a lanterna pifou.
quem poderá me defender? liguei para a Ale. ela ligou para a light. a light não atendia, tava fora do ar. "em manutenção", disse a mensagem. fui na portaria, já que o interfone não interfonava. desci três andares quase no escuro, para descobrir que as luzes de emergência daqui do prédio não funcionam quando há emergência. o porteiro não ligou para a light. não sabia se já tinham ligado. a rua inteira, do meu prédio prá lá, às escuras. do prédio vizinho pro outro lado, tudo lindo, iluminado. ô raiva.
amado sogro viajando. ele mora perto, três ruas daqui. mas como saber se tinha luz na casa dele? ligo para lá, a secretária eletrônica atendeu. bora, debaixo da chuva, para a casa do sogro. pega a chave com o porteiro. pede uma pizza pro jantar - já eram quase dez da noite.
muito estranho estar na casa dos outros sem os outros. dormi mal, desacostumada com o sofá-cama. acordava de tempos em tempos para ver se já era hora de vir para casa - a gente marcou, semana passada, um eletricista para vir aqui às nove da manhã.
seis da manhã, passarinhos cantando me acordaram. como assim, passarinhos num sétimo andar? meu sogro cria canários. quatro ou cinco gaiolas. uns brancos, uns amarelos, uns vermelhos. lindos. barulhentos.
mesmo sendo só uma noite, senti falta dos meus gatos. e imaginei os bichinhos sozinhos na casa escura.
voltamos, o eletricista chegou, quis botar a casa abaixo. dá não, moço, só o básico. tou com sono, não consigo dormir. os gatos fizeram birra, mas já estão bem. o telefone queimou no apagão. estamos com um bem velho que achamos guardado no armário. precisamos comprar um telefone novo. precisamos trocar uma parte da fiação elétrica. precisamos, precisamos, precisamos.
ser adulto dá muita despesa.