Telinha e seus gatinhos: 01/01/2009

Ontem, quando amado marido chegou do trabalho, eu tava dormindo. Me deu uma dor de cabeça forte e eu me deitei. Então, senta que lá vem a história

amado marido me contou que anteontem à noite viu um filme que começava assim:
o homem chegava em casa do trabalho. a casa estava às escuras. ele entra no quarto e encontra a mulher dormindo, com o cachorro dormindo aos pés dela, na cama. o homem sai do quarto, vai fazer outras coisas e, quando volta, o cachorro levanta e o segue. aí ele percebe que a pata do cachorro tá pingando sangue. acende a luz e a mulher tá morta na cama, uma sangueira para todo lado.

aí ontem à noite amado marido chega do trabalho. a casa estava às escuras. ele entrou no quarto e eu tava dormindo, com lara e carol do meu lado...

:D

depois de um longo e tenebroso inverno cheio de adiamentos pelos mais ridículos motivos, fui almoçar na pizza hut de copacabana e matei as saudades da ppp brasileira - que achei malfeita da silva sauro, em recife o presunto era cortado em cubinhos e só veio azeitona numa das metades da pizza, mas sinceramente, tava bom demais. a última vez que fui na pizza hut foi em recife, e já se vão mais de 3 anos.

aí eu tava ali mesmo, o tempo abriu e eu fui na roda gigante do forte de copacabana. só posso dizer uma coisa: london eye, vá chorar na cama que é lugar quente. a roda gigante mais linda do mundo é a daqui! :D

desci e fui passear no forte. a água tava tão limpinha que, debruçada no parapeito, vi um cardume de peixinhos miúdos e prateados, indo e vindo nas ondas. por alguns instantes desejei ter levado a digital, mas eu não saio de casa com ela: ela é grande e chamativa, e eu prefiro não correr risco de ser assaltada.

foi uma tarde linda, com buchinho cheio e coração feliz.

seria mais linda se VOCÊ estivesse do meu lado, mas tudo bem :D

amado marido me deu de natal um dos livros mais chatos que eu já li. vim me arrastando pelas oitocentas páginas de jonathan strange e mr. norrell, reclamando que nada acontecia. aí chegou o capítulo final, que me fez dormir uma e meia da manhã, absolutamente encantada, e me deu sonhos interessantíssimos.

se eu fosse a autora, só publicava o fim :D

li numa resenha que neil gaiman adorou o livro. compreenda, é um livro, hm, bem escrito, que cria toda uma nova mitologia de magia na inglaterra, com o personagem do Rei Corvo. Ela criou magos Áureos e Argênteos e citações de livros de magia e sobre magia (a-ha! há diferença entre eles, sim senhor). Um trabalho absurdo!

Só que quase nada acontece em mais de setecentas páginas! Mr Norrell é mago, numa época em que magos eram puramente teóricos. Daí ele faz magia acontecer na Inglaterra, depois de duzentos anos sem que magia fosse feita - só estudada. Mas Mr. Norrell não quer que mais ninguém seja mago, e aí já vão umas duzentas páginas do livro. Aí aparece Jonathan Strange, que não liga para as proibições de Mr. Norrell e faz magia quase intuitivamente. Daí ele vira discípulo de Mr. Norrell. E daí acontece Napoleão e as guerras e a magia é usada por Jonathan Strange como arma de guerra contra Napoleão. E nisso vão mais trezentas, quatrocentas páginas.

Eu lia e bufava, mas nada acontece nesse livro. Tudo é muito descritiiiiiivo, as coisas acontecem lentameeeeeeeeente, dava nos nervos.

E aí aparece o senhor de cabelos de algodão.

As coisas acontecem em ritmo lento, agoniantemente lento, até chegar a um final maravilhoso, uma recompensa por subir essa montanha altíssima e complicada.

Recomendo o livro? Olha, eu li e larguei muitas vezes do natal até ontem. Um mês lendo com sacrifício, pq foi amado marido que me deu. Mas o fim, gente, o fim é espetacular.

Carla San mandou, façamos todos! Meme dos pecados capitais!

Pecados Capitais
1) Gula: consiste em comer além do necessário e a toda hora;
2) Avareza: é a cobiça de bens materiais e dinheiro;
3) Inveja: desejar atributos, status, posse e habilidades de outra pessoa;
4) Ira: é a junção dos sentimentos de raiva, ódio, rancor que às vezes é incontrolável;
5) Soberba: é caracterizado pela falta de humildade de uma pessoa, alguém que se acha autossuficiente;
6) Luxúria: apego aos prazeres carnais;
7) Preguiça: aversão a qualquer tipo de trabalho ou esforço físico.

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E lá vamos nós:

Gula – buchinho cheio, buchinho feliz!

Avareza – dinheiro não sobra, mas também não falta. não sou de grandes gastos, e sim daquelas despesas "formiguinhas", que de um pouquinho em um pouquinho podem fazer estragos.

Inveja – de quem é magra de ruindade :D

Ira – trocadilhos infames que não têm graça. gente espaçosa. injustiça. maltratos a animais. big brother. tudo isso desperta minha ira.

Soberba – eu tenho os gatos mais lindos do mundo. :D

Luxúria – quinze dias com antonio banderas e serviço de quarto. quero mais nada nessa vida. ah, quero sim: que amado marido não leia isso, senão terei problemas :D

Preguiça – muita preguiça de fazer ginástica...

para quem eu vou passar o meme? para você que está lendo! responda nos comentários!

Sebastian
Gilberto Gil

Sebastian, Sebastião
Diante de tua imagem
Tão castigada e tão bela
penso na tua cidade
Peço que olhes por ela

Cada parte do teu corpo
Cada flecha envenenada
Flechada por pura inveja
é um pedaço de bairro
é uma praça do Rio
Enchendo de horror quem passa

Oô cidade, oô menino
Que me ardem de paixão
Eu prefiro que essas flechas
Saltem pra minha canção
Livrem de dor meus amados

Que na cidade tranqüila
Sarada cada ferida
Tudo se transforme em vida
Canteiro cheio de flores
pra que só chorem, querido,
Tu e a cidade, de amores

sobre as guerras

as guerras sempre aconteceram. morre gente de um lado, morre gente do outro. morrem crianças, mulheres, velhos, cachorros, gatos, morrem soldados, morre a esperança.

a gente, eu, você, seu pai, sua mãe, seu vizinho, a gente não pode fazer nada. nós não temos o poder para mudar nada.

a gente não pode pegar os líderes de um lado e do outro e obrigar que tenham consciência do que estão fazendo. a gente não pode desradicalizar os radicais. a gente não pode evitar nada.

a gente sabe que não adianta vestir branco e pedir paz em passeatas na orla do rio, abraçando monumentos históricos e fazendo fotos bonitas para a capa do jornal. mas a gente vai acabar fazendo passeata porque é melhor do que não fazer nada.

não há como a gente fazer com que os dois lados entendam que os dois lados estão errados. não dá para discutir com quem tem certeza.

eu escrevo este texto na minha casa, protegida, onde esta guerra não me alcança. eu não sei o que é perder quem eu amo numa guerra cruel. eu não sei o que é viver no terror da bomba vai que cair. eu não vivo na expectativa de que a qualquer momento soldados inimigos vão arrombar a minha porta e me matar. então, eu escrevo sobre uma coisa sobre a qual eu não vivi rigorosamente nada, e agradeço aos céus por isso. e eu falo de paz, estando tão longe da guerra. tão longe que posso ser taxada de estúpida por não escolher um lado em detrimento de outro. de tola, por preferir que as pessoas que mandam escolham a paz para seus povos. e, como não dá para fazer a paz daqui de onde a gente está, a gente briga aqui mesmo, imitando a guerra lá longe.

eu sei que o que eu escrevi não vai adiantar nada. e sei que este texto vale para as guerras que acontecem agora, para as que aconteceram antes e para as que virão depois.

ps: amado marido leu o texto e disse que parece que eu estou afirmando que não adianta nada ser contra a guerra. não é bem isso que eu quis dizer. eu quis dizer que quando dois querem brigar não adianta a gente fazer passeata e vestir branco. e que brigar aqui não traz a paz para lugar nenhum.

tantas emoções hoje, crianças.

doutora bianca veio vacinar a tropa. tríplice e raiva para todo mundo, daqui a vinte dias vai ter vermifugação.

caró, the drama queen, foi a primeira e se comportou muito bem. aprendemos o truque e ela nem sentiu as injeções.

muriel, tadinha, tem medo e trava, o que facilita, já que ela não reage.

bijoux tomou a vacina e ficou por perto, observando. jean-luc fez a mesma coisa.

lara fez o show. miou, unhou, esperneou, fugiu, me deu olé. mas tomou vacina, que aqui não tem moleza não.

depois fui no banco. na hora em que eu tava entrando na agência, ainda na porta giratória, um moço resolveu sair. ao mesmo tempo que eu entrava. na mesma divisória que eu estava. tipo, EU SOU INVISÍVEL? olhei para ele e pedi, com a doce voz que mamãe ensinou: moço, pode esperar eu sair primeiro? ele me olhou espantado, o que demonstra que sim, eu estava invisível. ah, desculpa, ele disse. pelo menos isso.

calor, calor, calor de dar desgosto na pessoa. e jean-luc tendo ataques hormonais e querendo morder caró não ajuda em nada, pq ela bate nele, ele mia, ele morde ela, ela mia, ela bate nele, ele mia, ele morde ela, ela bate nele, ela mia e por aí vai.

acabei de ver o filme de sex and the city.

ri de me acabar. odiei o final. finalmente entendi o que amado marido sempre falou "uma série machista sobre mulheres que querem casar e se fingem de moderninhas"

a mensagem intrínseca é de que "4 em 5 mulheres PRECISAM de um homem para ser felizes".

samantha, a única que foi fiel a si mesma.
charlotte era aquela coisa de sempre, final feliz de conto de fadas.
miranda abre mão de muito, leva uma gaia e descobre que amar é jamais ter que negar perdão.
louise de st. louis abre mão de tudo para viver um grande amor. hello, namorado de louise, vc teve que abrir mão de quê? ny city, empregaço, cultura, diversão, etc etc etc? não, né? já sabia.
carrie... carrie é uma masoquista.

eu acredito profundamente no amor. até nas horas em que penso em que merda estou fazendo aqui. eu acredito no amor, mas não acredito nos roteiristas de hollywood.

o soro funcionou muito bem, e os olhos da muriel já sararam! :D

muriel tá com o olho esquerdo lacrimejando e bem irritado. pinguei soro fisiológico, fiz carinho, dei papá.

ela vem andado meio remelenta de uns dias para cá. vou ficar atenta. se não melhorar, chamo doutora bianca.

mas chamar doutora bianca quando se tem uma clínica na rua de casa?

vc não conhece muriel, criança. ela entra em pânico, faz xixi de medo só de entrar no transporte.

chegou o notebook de amado marido.
ele tá tão feliz com o brinquedo novo! :)

desencanei totalmente da Favorita. agora só quero saber de Maysa. a novela rolando agora, últimos capítulos e tal e eu aqui, jogando no computador. só fazendo hora para o verdadeiro novelão.

saí para comprar um jeans e uma camisola. voltei com um par de brincos e um vestidão :D

e não comprei o jeans e a camisola. ofcoursemente.

amado marido é, antes de tudo, um forte.

tá lá ele fazendo esteira, direitinho como disse que ia fazer.

me comovo às lágrimas.

e eu tava me achando toda produtiva, hoje, pq já resolvi três das minhas resoluções de ano novo

assinei o globo só aos domingos, pq tem dia que eu tenho preguiça de trocar de roupa e ir na banca da esquina, e eu gosto de ler a revista e não posso mais ler pela internet

renovei o contrato da caixa postal de amado marido

marquei nutricionista. estamos no dia cinco do um, né? pois só tinha horário pro onze do dois. e isso que em dezembro não podia marcar consulta para janeiro.

marquei também um orçamento sem compromisso pro conserto da mala que quebrou e não foi pro japão.

mas amado marido ganhou: tá fazendo esteira.

amanhã eu ligo prá cadimia e pergunto das aulas de dança de salão. são dois prá lá, dois prá cá.

o tempo virou, tá friinho, gostoso, todos os gatinhos estão dormindo... e amado marido tá fazendo maratona de arquivo X! :)

amado marido fez judô quando era moleque. ok? então, senta que lá vem a história.

amado marido tem um quimono grosso de algodão, que usa quando está frio. aproveitei o calor da semana passada e lavei o quimono.

hoje o tempo virou, ele vestiu o quimono.

eu estou usando um vestido de alça. ele foi ajeitar a alça. lembrou dos tempos de judô. me ensinou a segurar o quimono como uma lutadora: a mão esquerda segura o lado (lapela?) direito, a direita, o esquerdo.

brinquei de puxar ele para mim um pouquinho. daí puxei com força.

ele travou por um instante. e olhou para mim, espantado: tela, eu quase te joguei longe. a perna firmou e eu quase te dei um golpe.

eu olhei para ele, ele tava falando sério. eu chega senti um arrepio. abracei ele, poxa, obrigada por ter se segurado.

memória muscular, crianças. trinta anos depois, ele ainda sabe dar golpe de judô.

calor, calor, calor

bem-vinda, cuca maluca, a nova gatinha da jululi e do lucca doido, irmãzinha da gatinha chica!

começar ano com gatinho novo não é 51 mas é uma boa idéia!

bom dia! feliz ano novo!
comecei 2009 quebrando uma taça de champanhe! :D

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