Fomos hoje, eu e Amado Marido, procurar uma mesa para a sala lá na rua do lavradio, que é uma rua famosa por seus antiquários e lojas de móveis legais a preço bom.
Além de um delicioso almoço com direito a chopinho e strudel de sobremesa no Bar Brasil, pouco se aproveitou do passeio: muitas lojas fecharam, os antiquários não tinham o que a gente queria - mas tinham, ai! aquelas escrivaninhas imensas, pesadas, de tampo de ripa que corre para trás e abre, mostrando o interior da peça. eu sou louca para ter uma dessas, cheia de gavetas, ninchos e, quem sabe, até um fundo falso. Bom, voltando à vaca fria, as poucas lojas abertas se pareciam muito: desconfiamos até que era um fornecedor só para todas. gostamos de uma mesa que abria, pequena pero no mucho, do tamanho que precisamos. 600 reais. isso aí que você leu, uma mesa para duas pessoas, com tampo que abre e aumenta para mesa de 4 pessoas, 600 reais, um em cima do outro. antes de nosso queixo cair, a moça ainda avisou que as cadeiras de madeira que nós gostamos não faziam parte do conjunto, era só a mesa mesmo. e que cada cadeira era 120 reais. ou seja: numa mesa e 2 cadeiras, 840 realezas.
e não era móvel de antiquário. era móvel absolutamente normal. por esse preço, nem se fosse a mesinha de cabeceira da aia da marquesa de santos.
meu amigo. o povo tá sem noção, a rua tá na moda e resolveu explorar ou a gente que é pobre?
voltamos sem mesa, sem cadeiras e com a certeza de que, rua do lavradio agora só para comer cocrete cocrante, salsichão, kassler com tutu, chopinho, batata frita e strudel com chantilly no bar brasil. movel, lá? ja-mé.
ps: trouxe comigo uma coisa da rua do lavradio, sim: a rinite atacada pelo poeirão das lojas de antiguidade. tem muita coisa boa, mas como tem móvel detonado, meu pai eterno. ah, meu antialérgico, como eu te amo.