98 Telinha e seus gatinhos: 04/01/2003 - 05/01/2003

no dia que eu me zangar
mato voce de carinho

Ze´ Limeira

28.4.03

um virundum clássico desta que vos fala é ouvir "agora não tem jeito, você tá vacilada" no lugar de "agora não tem jeito, cê tá numa cilada" daquela música do kid.

pq fred manda e-mail pra mim se sabe que eu tou sem micro? nera mais fácil me dizer o que quer dizer ou imprimir o texto e me dar para ler?

outra coisa: vi cordel do fogo encantado na tve. e lembrei do fim de uma poesia que me disseram e não sei quem foi que escreveu, mas tá até hoje na lembrança, uma história de amor que não deu certo: "mas Deus não quis que assim sêsse, por mais que a gente queresse, por mais que a gente se amasse..."

eu sei que já faz uma semana ou mais, mas eu precisava dizer: parabéns ana maria machado, nova imortal da academia brasileira de letras!

eita que agora eu queria ser uma mosquinha só para ver o chá das 5 com ela, rachel de queiroz, zélia gattai e lygia fagundes telles conversando!

das maravilhas que chegam por e-mail:

recebi de uma amiga uma foto de um bando de japonês pelado, com a seguinte manchete: "tudo vale a pena se a alma não é pequena"


é, seu fernando, já pensou que suas palavras podiam ser usadas nesse contexto? nem eu!

jesus crucificado, que que aconteceu com teu blog, menina sunny dia de sol?

pare agora de ler este blog e vá comprar mulheres alteradas! ouviu? agora! tem nas livrarias on-line, você nem vai se levantar da cadeira - talvez para pegar o cartão de crédito, mas compre, roube, alugue, xeroque, LEIA!


e eu num tou ganhando nadinha pela divulgação e testemunhal, ora bolas.

não ganhei na megasena. acertei 4 números em 4 jogos diferentes. ora pitombas. bola na trave não altera o placar!

eu realmente estou com o juízo ruim. olho para a tela do micro e reclamo, em pensamento: que droga, tenho só 36 centavos para escrever.

36 mi-nu-tos.

aiaiaiai...

a única coisa que eu gosto na fernanda young é da tatuagem do mapa do brasil. ducaraio. e olha que para eu escrever ducaraio é pq eu realmente gostei. uma coisa que me emociona, essa tatuagem. e me mata de inveja pq eu queria ter tido a idéia.


preciso fazer uma pergunta a você, serginho, mas tou com medo da resposta.

25.4.03

eu admito: teve um tempo que eu não lia clarice lispector. eu a olhava de longe, nossos santos não batiam. hoje estou lendo a descoberta do mundo. crônicas nos jornais. falando dos filhos e de xico buark, que jeito estranho de escrever o nome DELE; mas olho com mais carinho e a admiração de sempre. chego perto da esfinge, quando ela falar comigo eu nem sei o que vou fazer.

não pude resistir. aninha, gil, vocês lembram? hahaha!

NÃO SE REPRIMA
Stella Florence

O maior programa de índio em que eu já me meti foi o show do Menudo – sim, aquele do “não se reprima” –, num estádio de futebol, em São Paulo.
Não lembro qual a minha idade (isso não é uma manobra para escondê-la: nasci dia 14/04/67), mas tenho certeza de que já era adulta. Pelo menos fisicamente, eu era.
A Valderez, filha da nossa empregada, era louca pelo Menudo, tinha até montado um grupo para imitar o quinteto no concurso do programa Raul Gil. Chegou a bordar fantasias com todos os requintes da cafonalha da época, mas, infelizmente, o grupo não passou na pré-seleção do programa.
Eu, apesar de adulta, confesso que possuía (possuía, não: era possuída por) uma certa atração pelos meninos do Menudo. Até sabia algumas canções tipo “quero ser o amigo que está sempre em seu caminho”.
Lembro de um por um, até hoje: Ray, Robby, Charlie, Roy e Rick (não o Rick Martin, que só entraria para o grupo no ano seguinte). Charlie era o gostosão-bem-desenvolvido; Robby, o moreno que tinha a melhor voz (ou a única); Roy era um cara de fuinha-vesgo que dava para o gasto; Ray, o meu preferido, tinha uns lábios estilo botox e olhos verdes; e o Rick era um cara medonho com aparelhos nos dentes.
Quando soube que o Menudo faria um show em São Paulo dei de ombros: meu interesse não ia tão longe, no entanto, Valderez quase entrou em colapso de tanta emoção. Dois minutos depois, veio ao meu encontro, desesperada:
- Stella! Minha mãe não me deixou ir no show do Menudo sozinha! Eu vou me matar!
- Pelo amor de Deus!
- Vou me matar! Vou apertar o Baygon dentro da boca até morrer!
- Valderez!
- Eu vou sim! Adeus, mundo!
- Me dá essa lata aqui, menina!
- Adeus, Robby!
- Socorro! Alguém que acuda!
- Adeus!
- Eu te levo no show!
- Jura?
Promessa é dívida. Valderez fez questão de que chegássemos ao Morumbi antes do almoço (o show estava marcado para as seis da tarde) e lá fomos nós.
Uma vez dentro da pista, me senti como Gulliver: a média de idade ali era onze anos. Para meu espanto, notei que quase todas as meninas estavam desacompanhadas. Conversando com uma aqui, outra acolá, descobri que os pais prometeram pegá-las na saída, como se elas tivessem ido a um jogo de vôlei no colégio. Pais que provavelmente nunca foram a um show no Morumbi ou Maracanã ou Mineirão ou Beira-Rio.
Três da tarde a coisa começou a ficar apertada. Três e meia, mais apertada ainda. Quatro horas, as meninas que estavam perto do palco começaram a desmaiar. Às quatro e meia, bang: chuva. Não chuvinha besta que nem molha o chão: tempestade mesmo, aguaceiro bíblico. Os tapumes que protegiam o gramado não deixavam a água escoar adequadamente. Uma lama vinda das laterais do campo misturou-se a um sem-número de copos plásticos e embalagens de salgadinho. Aquela gosma invadiu a pista.
Seis da tarde: nada de show, só chuva.
Sete da noite, vencidas pelo cansaço, as meninas ao meu redor começaram a desmaiar em profusão. Nunca, em toda a minha vida, eu vi tanta gente passando mal junta. Sem ninguém para acudir!
Então, deixei Valderez numa das laterais da pista e avisei para que ela não saísse de lá sob hipótese alguma.
- Nem se o show começar?
- Nem se o show começar.
- Mas daqui não dá para ver quase nada!
- Eu venho te pegar na hora do show: fica aí!
Dessa forma, fiz a única coisa possível: passei a carregar as garotas desmaiadas para fora da pista (pelo menos elas não seriam pisoteadas).
Duas horas depois, eu nem sentia mais as pernas. Com lama até os joelhos, levava no colo (mais) uma menina que perdera os sentidos, quando um sei-lá-quem informou ao microfone que o show, atrasado por causa do temporal, iria começar em breves instantes. Ouviu-se aquela onda de gritinhos histéricos e, logo em seguida, pumba, mais desmaios.
Reencontrei Valderez, já aflitíssima, e fui me enfiando no meio da multidão.
Quando, finalmente, o Menudo entrou no palco, Val se apoiou, com o rosto verde, no meu ombro. Pois é. Desmaiou também. E lá fui eu carregando mais uma. Ela pegou só o finzinho do show – que durou meia hora! Gente, meia hora de playbacks! Um ultraje!
Se você, quando criança, esteve na pista do Morumbi, num show do Menudo e, por acaso, desmaiou, pode ter certeza, fui eu quem te carregou. Seja uma alma agradecida e compre um livro meu em retribuição, pode ser o mais recente. Para o meu bolso irão R$ 2,25 (é, só isso mesmo: dois reais e vinte e cinco centavos), mas já dá para eu comprar o disco do Menudo em algum sebo (e depois quebrá-lo em mil pedacinhos).

uma das palavras mais legais é tongolina, de criação da lagarta azul do blog minoria de dois.

das coisas que acontecem. aqui no cyberbrechó tem um conjunto de perfume conturrê rosa. o da minha mãe era marrom. e o nome é contouré. sei lá, dar uma volta em francês?


se fosse marrom eu comprava.

mas eu esqueci de dizer que deu praga de lagarta na minha avenca, que virou um pinto pelado caído no melado. só tem graveto, folha que é bom nada. e lagarta verde. como tem lagarta verde. muriel olha para cima e, na impossibilidade de pegar uma, fica miando.

e me disseram que santo remédio era botar um cigarro na água e molhar a planta com a água-de-nicotina. um fedor só. e num adianou nadingas.

oi crianças, vim jogar na mega-sena e gastar mais cinco reauzinho no cyberbrechó, que tá cheio de gente trazendo roupa para vender. parece que vão viajar, com sacolas e bolsas de viagem. engraçado isso. e tome tocar rádio mec.

22.4.03

passando pelo aterro do flamengo vi hoje uma árvore cor de rosa. não sei se era uma cerejeira - no clima do rio? duvideodó. mas era linda, linda.

às vezes eu preciso fazer força e lembrar pq eu gosto do fred. casamento tem dessas horas de vontade de esganar o outro, deixar morto e roxinho no chão.
mas aí ele ri daquele jeito, o olho fechadinho, e eu derreto. como eu amo esse homem, que diabos! :)

trinta e dois anos e começo a aprender a usar lápis no olho. sozinha, quer dizer. sempre teve uma alma piedosa para me ajudar nessas horas.

ensinada pela sobrinha de dezenove, olha a situação. e me divirto horrores nas caretas no espelho. e já penso em comprar natura chronos, na esteira da nóia de uma amiga que ao fazer 25 surtou pq nessa idade a produção de colágeno diminui.

eu tou pasminha da silva sauro. comprei o globo no domingo, na primeira página uma nota sobre reportagem no caderno família. psicóloga diz que a psicologia errou e que sim, se deve dizer não às crianças, frustrar as vontades delas.

pasma pq educação é isso. é dizer não pro neném que quer enfiar o dedo na tomada. é dizer que não pode dormir mais, tem que ir para a escola. que só pode brincar depois de fazer dever de casa e que tem hora para dormir sim senhor.

claro que no meio desses nãos, todos os sins possíveis.

e precisa ir na primeira página do globo dizer isso? vôte. sou do século passado mesmo

falei com risalva, amiga dos tempos de surubim. pois risalva amara dos santos agora é nakagawa. casou com um japonês, nissei de são paulo, tem dois meninos. um deles, felipe, o mais velho, doido para falar comigo no telefone. oi, felipe, ganhou ovo de páscoa? ganhei e já comi.

crianças. felipe tem 8 anos, fred tem 38. iguaizinhos.

nunca houve uma gata como muriel. passa na sala, sabe que a gente tá olhando. eu chamo, vem mimi, ela trança as patas e segue, se fazendo de indiferente, dando bandeira.

ora.

gatos nunca dão bandeira.

sim, pode me chamar de metida a besta. por sugestão de uma amiga - Lúcia, se vc está lendo, obrigadíssima! - resolvi imitar a Emília e estou escrevendo minhas memórias. Memórias de criança. estou na fase zero-a-cinco, da qual não lembro muita coisa e mais escrevo o que me foi contado. aos cinco anos eu tinha cabelo branca-de-neve e dois cachorros. e tá sendo muito bom escrever isso. lembrar de detalhes como o frasco de perfume conturrê (não sei como escreve) na penteadeira branca da minha mãe.

sim, pode me chamar de metida a besta. por sugestão de uma amiga - Lúcia, se vc está lendo, obrigadíssima! - resolvi imitar a Emília e estou escrevendo minhas memórias. Memórias de criança. estou na fase zero-a-cinco, da qual não lembro muita coisa e mais escrevo o que me foi contado. aos cinco anos eu tinha cabelo branca-de-neve e dois cachorros. e tá sendo muito bom escrever isso. lembrar de detalhes como o frasco de perfume conturrê (não sei como escreve) na penteadeira branca da minha mãe.

como fred disse, o dinheiro não compra tudo. mamãe schumacher morreu pq precisava de um transplante de fígado. por menos que eu goste dos filhos dela, foi uma puta vitória eles decidirem correr. uma grande homenagem. uma vitória da vida que precisa continuar sobre aquela parte da gente que quer sentar e chorar. ele mereceu ganhar, apesar de todas as filhasdaputice que já fez na carreira. e o rubinho calou minha boca: fez na fórmula um o que neguinho faz no futebol. que drible!

oi, crianças

amanhã é feriado aqui no rio. dia de são jorge. salve, santo guerreiro!

páscoa, pois é. fred tanto resmungou e choramingou que comeu o ovo na sexta feira santa. pois é! :) parece criança...

17.4.03

e eu parei no meio da calçada porque vi uma borboleta azul iridescente, grande, azul quase cobalto, não azul celeste, passando assim prá cima prá baixo prá lá e eu boba olhando a borboleta que ninguém mais via.

dentro de mim mora um anjo, descobri nesse dia.

e ele quis voar e brincar com a borboleta que já ia longe, ignorada das gentes, admirada por mim.

as melhores coisas da vida são melhores se compartilhadas.

estranho como semana santa deixou de ser santa para ser feriado.
ainda lembro do espanto que era ter show sexta feira da paixão, quando eu tava saindo da adolescência.
hoje, é a coisa mais normal do mundo.

16.4.03

comida de semana santa na casa da minha mãe quando eu era pequena:
quibebe
bredo no coco
peixe de coco


comida de semana santa na minha casa, ano passado

lasanha quatro queijos.

o som aqui do cyberbrechó é da rádio mec. e eu acho que tá tocando wagner. óooootimo para o meu humor atual. mate o coelho, mate o coelho, mate o coeeeelho!

meu deus, eu estou tão cansada até para dizer ... aquele blá blá blá de sempre. devo estar numa conjunção astral com conta no vermelho, fazer o q a não ser dormir para a dor passar?

tou estranha. acho que queria dormir cem anos e ser salva pelo shrek.

quero morar na urca. ali, na casa azul. e ter gil como vizinha, né, mulé?

e nem os estatutos do homem estão a salvo.

se vendeu por quanto, thiago de mello? pois foi por muito pouco. ou por demais, pois custou minha admiração.

dia triste hoje, não tou bem.

11.4.03

mais de 150 spams. e isso que eu limpei a caixa postal na segunda feira.

e no Wumanity soube que nós perdemos a guerra da esperança, e a história de lucas não teve um final feliz.

mas esperança é um bicho difícil de morrer, e por isso acrescento: não teve final feliz por enquanto

ódio.

gastar tempo num cyber e abrie spam é uma merda. e eu caí nessa pq tava lá "oi - patrícia" e eu conheço patrícias, todos conhecem uma patrícia ao menos. e é spam.

recebi da amiga-irmã mais linda desse mundo.


> Para além da curva da estrada
> Talvez haja um poço, e talvez um castelo,
> E talvez apenas a continuação da estrada.
> Não sei nem pergunto.
> Enquanto vou na estrada antes da curva
> Só olho para a estrada antes da curva,
> Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.
> De nada me serviria estar olhando para o outro lado
> E para aquilo que não vejo.
> Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.
> Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.
> Se há alguém para além da curva da estrada,
> Estes que se preocupem com o que há além da curva da estrada.
>
> Essa que é a estrada para eles.
> Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.
> Por ora só sabemos que lá não estamos.
> Aqui só há a estrada antes da curva, e antes da curva
> Há a estrada sem curva nenhuma.
>
> Alberto Caeiro (um dos heterônomos do poeta português Fernando Pessoa)

às vezes a vida afasta a gente de pessoas queridas. e de repente, um e-mail é uma janela que se abre para um dia de sol.

stella recomenda: mulheres alteradas, livro de cartuns da argentina maitena. de chorar de rir.

oi crianças. o preço aqui no cyberbrechó baixou, e eu tou fazendo a festa.
aninha tá na estrada para sumpaulo. um dos motivos para eu vir aqui foi que a casa tá muito vazia sem ela. então, para não ficar curtindo fossa, uma vez que gorou a ida a niterói com gil e dona graça, vim prá rua.

7.4.03

meia hora para conversar com amigos e deletar e-mails é muito pouco.

ah, e aninha tá tão festeira que, naspalavras de minha vó, mora na rua e passeia em casa.

sim, claro, como não: a corrida. pois é. um gp sem largada com luzinha apagando, com chegada sem bandeirada (na tradição de pelé) e com pódium só de dois.
este ano foi tudo: chato, emocionante e um banho. hahahah.

oi meninos e meninas.

o rio de janeiro continua lindo, minha sobrinha continua linda e muriel tá no cio de novo, e não deixa a gente dormir de tanto miado.
o dedo machucado já sarou, a saudade de blogar quando dá na telha não passa.
serginho, conheci um amigo de aninha, israelense, que é a sua cara só que ruivo de olho claro. não consegui entender o nome e fiquei com vergonha de perguntar. foi a prova final de que meu inglês já passou do nível the book is on the table: entendo mas não falo. sou uma vergonha para a cultura inglesa.
fui ver chicago e me diverti muito, mas as comparações com moulin rouge são estapafúrdias. só são parecidos pq são musicais.

tchau e bença, com uma boa notícia: o micro foi pro conserto, afinal