98 Telinha e seus gatinhos

no dia que eu me zangar
mato voce de carinho

Ze´ Limeira

19.6.16

Minha vida em rosa

Então eu pintei o cabelo de cor de rosa.

Foram meses pesquisando cortes e tons nos pinterests da vida.

Meses criando coragem para realizar um sonho. Besta. Mas um sonho.

Falei com amigas, me inspirei nelas (oi, Alê)

Fui no salão. Passei cinco horas lá. Foi bem cansativo, mas eu estava como uma criança no dia do aniversário. Eu sabia que eu ia me dar o meu presente mais querido.

A cabeleireira morria de rir com meus selfies. O passo a passo do sonho. Me diverti imensamente com isso, enxergando mal e porcamente sem meus óculos.

Sai cor de rosa de lá.  45 anos de idade. Uma senhora de cabelo rosa, tênis e camiseta. Uma adolescente com o primeiro sutiã.

Vizinhas se espantam e curtem. Amigas me enchem de elogios. Os espelhos do mundo são poucos.

Tou apaixonada por mim.

31.5.16

Ai meu ombro

Cabeça, ombro, joelho e pé

Já tive dor nisso tudo. Pé, então,  é o Clovis Bornay de minha existência: hors concours da fisioterapia.

Comecinho do mês, acordei com uma dor na pá das costas que tirou o fôlego e a vontade de viver. Ah: pá é omoplata.

Fui no doutor. Fiz raio X. Olhe, você tem contratura muscular devido a um desvio na coluna. Vai fazer RPG e fisioterapia.

Aí eu gripei.

15 dias depois, o plano autorizou o RPG. Semana passada, a fisioterapia.

Só que  tem uma coisa:para parar de doer o segredo é doer mais.

Modos que a essa altura, a dor que tinha parado voltou.

Se isso tem alguma lógica, me foge ao raciocínio.

A vida aos 45 do primeiro tempo é uma caixinha de surpresas.

25.5.16

três anos depois

ou quase.

Todo mundo sabe a bosta que deu.
Enquanto metade do país ainda rosna que é culpa do PT, numa reação que só posso chamar de Freud explica, a outra metade fica pasma, irada e zoando. Coisas que absolutamente não são contraditórias.

Aí eu parei aqui três anos atrás e penso no que poderia ter sido feito para evitar isso tudo e as soluções aparecem. Se tivesse feito isso, aquilo, aquilo outro, se eu tivesse duas rodas seria uma bicicleta. ou um skate quebrado. A tinta do passado já está seca.

E para voltar a escrever num mundo pós Zuckerberg, bora para a Central do Textão.

17.6.13

bão, quianças, aqui estão os meus vinte centavos sobre o que está acontecendo.

eu nasci em 70. cresci durante a ditadura. cresci, principalmente, aprendendo a não falar sobre a ditadura.

eu já enchi meu coração de esperança tantas vezes, e tantas vezes fui decepcionada. agora mesmo, neste instante, temos uma mulher na presidência que não está fazendo rigorosamente nada contra um projeto de lei que transforma mulheres em chocadeiras. temos uma mulher que apanhou e foi torturada e que se cala, se omite, se apequena diante de pessoas apanhando e sendo humilhadas em via pública. temos políticos que só estão esperando para ver de que lado a maré vai para surfarem a onda e tirarem vantagem. 


temos arnaldos jabores vomitando. temos vejas. e temos o feliciano, que continua lá.

atenção, meus joões de santo cristo, como diz na música, eles continuam querendo arranjar gente para botar bomba em banca de jornal e em colégio de criança. eles refundaram a arena. eles comemoram o aniversário da gloriosa. e vocês sabem quem eles são.

dentro de mim, uma esperança quer sair na rua, cantando que todos juntos somos fortes, somos flecha e somos arco, todos nós no mesmo barco, não há nada a temer. do meu lado há um amigo que preciso proteger.

do outro, sentada no meio fio, desiludida, de ruga e cabelo branco, a experiência me diz que quanto mais as coisas mudam, mais ficam as mesmas.

a experiência me diz que o político que apanhou ontem e que usou de nossa esperança para chegar ao poder vai fazer tudo para permanecer no poder. inclusive fechar os olhos para os que apanham agora. inclusive mandar bater. e que o político que usou nosso medo para chegar ao poder vai criar mais medo, mais terror, mais violência, para permanecer no poder.

eles são muitos. eles são fortes. eles mandam em quem bate. e a gente, minhas crianças, meus meninos, a gente tá na outra ponta do cassetete.

por favor, se protejam. tenham juízo. saibam lutar.

dessa vez não dá para deixar ninguém esquecer. guardem os nomes deles. guardem o nome do alkmin. guardem o nome do haddad. guardem o nome do sérgio cabral. guardem o nome do eduardo paes. porque todos eles, todos eles, todos eles, entendam bem, todos eles só querem o poder. só continuar no poder. e dilma, minha senhora, honre seu passado.

23.5.13

desgosto

moço veio fazer um silviço no banheiro. moço marreta a parede do banheiro, estoura o cano e, com a vibração da marretada, do outro lado da parede ele derruba o perfuminho que comprei na feira da providência do ano passado, um perfume de mirra com o vidrinho mais delicado e lindo do mundo. o vidro espatifa. meu são chiquinho de barro cai de cabeça no teclado, quebra uma tecla e quebra a cabeça também. como o vidro do perfume era finíssimo, não consigo achar todos os caquinhos. tive que trocar a água e a comida dos gatos que estavam no quarto. varri de vassoura e de vassourinha. segurei o choro. moço avisa que vai martelar mais um pouco. olho para ele e digo: agora, o que tinha que quebrar já quebrou.
 eu perguntei"mas como o senhor vai marretar uma parede sem ver o que tem do outro lado?" ele gaguejou e disse que só lembrou de olhar quando ouviu o barulho de um coisa caindo.

e nem tirar as escovas de dente da pia ele tirou. quem escovar os dentes hoje vai fazer exfoliação. 
olha só o meu perfuminho da tunísia, que eu trouxe lá do riocentro com o cuidado que se tem com um prematuro

17.5.13

hoje eu fiz um exame de sangue, e eu odeio fazer exame de sangue. faço. é preciso, doutora manda, então eu vou e faço. mas se fosse possível, não faria. fico tensa. fico ansiosa. não gosto, me larga.
então tava lá eu sentada, com o braço estirado, uma estátua de mármore. e resolvi pensar nos gatinhos do john. pensei em valya - quando ela conheceu a água, ela bateu com a patinha no pote, se molhou, não gostou e começou a rosnar. bateu de novo na água, se molhou mais ainda e fez fzzz, irritadíssima. o john tirou ela de perto porque ela ficou muito brava!
então, com esse pensamento, de uma gatinha bruxinha rosnando para um pobre pote de água, eu relaxei, sorri e o exame foi feito sem maiores problemas.
claro, tá roxo no lugar, mas foi uma picada só! geralmente me espetam 2 ou 3 vezes, pq minhas veias somem...

16.5.13


carolina, carolinda :)

eu fui numa endocrinologista em janeiro. ela viu meus exames, passou outros e me mandou voltar em maio. maio começou e eu lembrei da consulta, mas não lembrei do dia. procurei na agenda, nada, procurei nos meus papéis nada. só sabia que era em maio.

hoje é dia 16 de maio. só hoje consegui falar com a médica. antes eu ligava, chamava e ninguém atendia. achei até que o telefone estivesse quebrado, pensei em passar no consultório, que é aqui perto. boa notícia: a consulta é quinta que vem.

má notícia: não fiz nenhum exame de sangue, vou fazer amanhã cedo e, se não ficar pronto, vou precisar adiar a consulta.

então eu acabei de jantar e amanhã é dia de tirar sangue. não gosto. vou, faço porque é necessário, mas não gosto. Eu sou igual ao meu pai, fico tensa e as veias desaparecem.

tanto tempo sem vir no blog, fico escrevendo no facebook, dando dinheiro pro zucka. vou voltar prá cá, ora bolas. caqui que é meu lugar.