pois ontem passou um candidato a deputado estadual lá na locadora. apertou minha mão, disse para eu assistir o programa eleitoral dele, que vai investir em segurança e moradia.
pois acho que o corte de cabelo dele é mais caro que meu salário. que a camisa social sem gravata e o texto e o aperto de mão (forte demais, doeu!) foram ensaiados à exaustão pelo marketeiro. e o cara se apresentou como sobrinho-neto de tancredo neves, um zoião azul da cor do mar. cada poro dele afirmava: elite. elite há 500 anos, ou até mais, rastreando dá descendente de araribóia.
a vontade que eu tive foi dizer, cara, tancredo para mim não significa nada além de ter sido feriado quando ele morreu e de até hoje eu não suportar ouvir coração de estudante.
minha cara de tédio durante a visita dele foi algo marcante. se ele viu com quem falava - a não ser que narciso ache feio o que não é espelho - deve ter tido vontade de se esconder embaixo do caixão do tio-avô. me deu um santinho, que joguei fora assim que ele saiu (eu sou educada, não ia jogar no lixo na frente dele).
depois que ele saiu deu vontade de perguntar uma coisa. quantos anos ele teria quando o tancredo morreu? pq a idade é indefinida... deve ter menos de 40, mas mais de 30 com certeza. e eu não lembro o nome dele, que obviamente termina em neves.
derreta, criatura.
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