98 Telinha e seus gatinhos

no dia que eu me zangar
mato voce de carinho

Ze´ Limeira

13.10.01

Judith Viorst escreve no livro "Perdas Necessárias"

Duas pessoas jamais serão completamente iguais. Os melhores amigos são amigos em certas ocasiões. Pois, entre os amigos mais íntimos, pode haver aqueles a quem jamais se pede dinheiro - são encantadores e brilhantes, mas irremediavelmente mesquinhos. Pode haver amigos com os quais não se pode discutir um livro, ou amigos cujo modo de educar os filhos nos dá vontade de chorar. Pode haver também amigos íntimos com uma consciência por demais indulgente, na nossa opinião; amigos cujos atrasos compulsivos nos irritam; amigos íntimos cujos gostos quanto a comida, roupas, cachorros e políticos são incompreensíveis para nós - a preferência na escolha do marido ou da mulher é pior ainda. Queremos que nossos amigos íntimos compartilhem nossas paixões e valores, nossos heróis e vilões, nossos amores e nosso ódios. Mas, na verdade, podemos ter amigos a quem temos de perdoar com complacência, por admirarem os filmes de Clint Eastwood e desprezar Yeats. E, às vezes, por falharem conosco.

Obrigada, Afrodite.

Tenho bons amigos e eles me têm, também.
Alguns chegaram há pouco, outros já são de casa.
Já perdi amigos e amigos me perderam, por diversos motivos.

Mas os amigos que ficaram e que vão chegando estão firmes, conversando sempre que dá tempo, às vezes só um "Oi, você já sorriu hoje?"

De uns, aponto os defeitos, a amizade continua apesar de.
Outros me sabem tão falha, e me aceitam do mesmo jeito.

Não saberia viver sem eles. Sem os amigos para falar besteira, as amigas para relembrar adolescência, as q já têm filhos e o assunto gira em torno deles, sem aquele que é sonymaníaco como eu, sem a amiga que cresceu junto de mim.

Não saberia viver sem Fred, amor-amigo, sem as amigas que me fazem acordar e pensar direito, ou o amigo com quem falo sobre tudo.

Não saberia viver sem os amigos e amigas que me dão conselho, e que ouvem os meus. Sem quem me dá colo, e para quem eu dou carinho. Sem aquela amiga que só quer me ver, me ligar, se estiver de bom humor, se o dia estiver bonito, nem quente e nem frio, e a conjunção astral ajudar e mais isso e mais aquilo...

É muito bom ter todos esses e mais alguns...

Não importa que a gente não se fale há muito tempo: saber que q Susana e eu vamos pensar uma na outra quando for São João serve para manter viva a amizade.

Tem gente que não deixou de ser amigo só pq não está mais aqui: é o caso de Soler, uma presença constante no meu coração, que hoje mora numa nuvem bem bonita lá no céu, ouvindo jazz.

Para todos meus amigos (você, que me lê, inclusive), meu carinho. Sei que há amigos que não vão ler este escrito, mas eu vou ligar agorinha mesmo para eles e dizer "Oi, tou viva" e rir um pouco, faz tão bem.