Bão, deu pau aqui no micro e perdi a msg que eu tava escrevendo. Vou tentar escrever de novo o que eu - tão inspirada - tava dizendo sobre a música mais linda do mundo.
Isso mesmo. Eu descobri a música mais linda do mundo, e duvideodó que você conheça uma mais bonita.
É a versão de Somewhere over the rainbow/what a wonderful world, cantada por um havaiano de nome estranho, Israel Kamakawiwo’Ole.
Eu descobri essa música através da coluna do Sergio Davila, do UOL, e a minha curiosidade apontou o (finado) napster para ela. Então, qdo vc acabar de ler isto aqui, conecte seu morpheus, seu kazaa, seu sinal de fumaça e vá ouvir a música que eu queria ter tido como canção de ninar desde que nasci até hoje.
POP POP POP - Sergio Davila
Um Havaí que não é só Don Ho, surfe e Elvis
Ouvi pela primeira vez como trilha sonora de um comercial de uma pontocom qualquer, na TV americana. Um dedilhado suave em algo que parecia um bandolim, mas um pouco mais estridente. E uma voz suave, suave, meio melancólica, que faz quase um uivo, sem letra, sem nada.
Todas as vezes que as primeiras cenas da propaganda apareciam, o som era aumentado. O filme finalmente saiu do ar, e a música desapareceu. Até que estreou nos cinemas daqui, na semana passada, o fraco "Finding Forrester".
Dirigido pelo mesmo Gus Van Sant de "Gênio Indomável", mostra Sean Connery como um escritor recluso obviamente inspirado em J.D. Salinger que resolve adotar um jovem negro do Bronx (o novato Robert Brown) e ensinar seu ofício a ele. É lacrimoso, algo apelativo e repete a trama de "Gênio"...
No meio do filme, porém, como música incidental, a mesma voz suave e melancólica e o dedilhado inconfundível. Suspense. No final, durante os créditos, a música aparece completa, pela primeira vez. Depois do uivado, vem a letra: "Somewhere, over the rainbow, way up high/there’s a land that I heard of once in a lullaby".
O lamento é a introdução para uma gravação muito particular de "Somewhere Over The Rainbow", do filme "O Mágico de Oz". O autor é um músico havaiano que merece que você o descubra. Chama-se Israel Kamakawiwo’Ole, parece um primo não muito distante do Jabba The Hut, do filme "Star Wars", e já chegou a pesar 318 quilos.
Ele começou na década de 70 no Makaha Sons of Ni’ Ihau. Seu primeiro CD é de 1990, "Ka’ Ano’ I". Depois vieram mais dois, "Facing Future" e "E Ala E" . O último é de 1995, "n Dis Life". IZ, ou "Brudda IZ" (irmão IZ) , era seu apelido: Israel morreu em 1997, aos 38 anos, em decorrência de problemas ligados a seu excesso de peso.
Além de cantar e compor, IZ tocava ukelele, instrumento que é parente distante do bandolim e bisneto do português braguinha, que chegou às ilhas em 1879. O músico gigante fazia uma fusion da música tradicional de sua terra com ritmos pop, como o reggae, no que chamava de "jawaiaan". Escrevia numa língua própria, que misturava o inglês com a pronúncia havaiana. No último disco, registrava: "Dis music is feelings dat goin’ last fo’eva and dat all generationz to come can fall back on".
Bem-humorado, tinha reputação de dominar completamente a platéia de seus concertos, sempre lotados. Gostava também de cantar "kolohe", espécie de cantigas de escárnio havaianas, com as quais arrancava risadas dos nativos. Sua gravação única --única-- de "Somewhere Over The Rainbow" é de "Facin Future", disponível na Amazon.
No meio de "Rainbow", IZ cita partes de "What a Wonderful World". Difícil discordar.
copyright do Sergio Davila, que eu não sou doida de copiar texto e não identificar quem escreve.
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