98 Telinha e seus gatinhos

no dia que eu me zangar
mato voce de carinho

Ze´ Limeira

21.9.01

Um quase-crássico

O nome dele não é Luca, mas vive no segundo andar.
É meu vizinho, um menino em torno dos 10 anos. Ele é só um menino comum, pelo que dá para notar numa convivência oi-oi. Aparentemente tá tudo bem: tem a mãe, o padrasto, uma senhora cuja ligação com a família é vaga para mim, uma empregada e uma menina pequena que aparece às vezes e chora alto.
Mas é que a mãe dele grita muito com ele. É fulano isso e fulano aquilo o tempo todo. Vá tomar banho, saia desse chuveiro que está atrasado para a escola, não vai jogar bola não que eu já disse, cala a boca, fulano!
Dá para ouvir tudo aqui de casa, e dá uma certa raiva, às vezes. Mas não me meto.
Vim aqui para falar que a família dele é estranha. Tá bom, no mínimo, peculiar.
Outro dia, 3 da manhã, acordei para fazer xixi. E o meu banheiro é de frente para a área de serviço deles: as mulheres estavam lavando roupa no tanque e conversando. Isso às 3 da manhã de um dia qualquer. Amado Marido já me disse que isso não é novidade. Antes da gente casar ele já morava aqui, e diz que cansou de ver a senhora de idade lavando roupa em horários escusos.Sei não. Senhoras costumam ter insônia, mas papear e lavar roupa de madrugada? Como diria meu pai, Vôte!