98 Telinha e seus gatinhos

no dia que eu me zangar
mato voce de carinho

Ze´ Limeira

24.12.03

NATAL
(Vinicius de Moraes)

De repente o sol raiou
E o galo cocoricou
- Cristo nasceu!

O boi, no campo perdido
Soltou um longo mugido:
- Aonde? Aonde?

Com seu balido tremido
Ligeiro diz o cordeiro:
- Em Belém! Em Belém!

Eis senão quando, num urro,
Se ouve a risada do burro
- Foi sim que eu estava lá!

E o papagaio que gira
Pôs-se a falar: É mentira!

Os bichos de pena em bando
Reclamaram protestando

O pombal todo arrulhava:
- Cruz credo! Cruz credo!

Brava, a arara a gritar começa!
- Mentira? Arara. Ora essa:

- Cristo nasceu! – canta o galo
- Aonde? – pergunta o boi
- Num estábulo! – o cavalo
Contente rincha onde foi.

Bale o cordeiro também!
- Em Belém! Méééé! Em Belém!

E os bichos todos pegaram
O papagaio caturra
E de raiva lhe aplicaram
Uma grandíssima surra.