novidade no mundo perfeito: o gerador de textos de jorge amado!
Olha os meus (pq existem três versões para cada texto):
Do desalento de Jamil pela morena Terezinha
Coronel Bondade tentava desviar os olhos de Terezinha, mas era difícil não reparar na maneira alumiada com que a moça preparava o bode assado. Enquanto Terezinha acariciava a farofa, o coronel só conseguia pensar em ter a coxa da cabrita em sua boca. Jamil fingia não perceber o desatino do homem mais poderoso da cidade. Desafiar o dono da Fazenda Retorno do Profeta? Só com muita justeza e proteção de Oxumaré, melhor aquietar a cabeça e manter aquele desalento guardado junto com a espingarda soca-soca.
- Mas que diabo é isso, criatura?
A voz de Terezinha quebrou o silêncio tenso do ambiente. Mas por pouco tempo. Ela sabia que não teria respostas. Não era sua voz, mas seu par de coxas que chamava a atenção daqueles dois. Ela não valia mais do que um cinturão. Melhor esquecer. Melhor nem rezar. Voltou a acariciar a farofa.
Texto 2
Da primeira vez que a coxa de Terezinha encontrou as mãos de Jamil
Jamil não agüentava mais as provocações de Terezinha. A mulher do Coronel Bondade todo dia arrumava uma desculpa para aparecer no armarinho. Sempre com a saia curta e o desatino menor ainda. Falava do marasmo de viver na fazenda Retorno do Profeta, dos suores noturnos, do desalento estancado em seu coração. O turco tentava mudar de assunto.
- Mas que diabo é isso, criatura?
Mas quem disse que adiantava? A mulher sempre arrumava um jeito de voltar ao ataque. Usava técnicas de baixeza inomináveis. Chegou até a preparar um prato de bode assado (inegável afrodisíaco), ainda caprichado na farofa , só para Jamil não ter como recusar o agrado.
Orientado pela negra Juventina, o dono do armarinho resolveu a fazer um despacho para Oxumaré, na tentativa de se livrar da fazendeira e da perspectiva de ser atravessado por uma espingarda soca-soca. Até rezar o turco fez, para ver se passava por louco e espantava a insistente. Mas ela tinha o corpo fechado para despacho e aberto para teimosia. Num dia de calor retado, Terezinha entrou no armarinho com a desculpa de comprar um cinturão. Jamil não tinha cinturão a venda. Nem como resistir à coxa de Terezinha exposta daquela forma alumiada. Danou-se.
Texto 3
De quando Oxumaré novamente escutou Terezinha
A lavoura de cacau pedia trégua. A fazenda Retorno do Profeta já não agüentava mais tanta devastação e pedia clemência da vassoura de bruxa. Da mesma forma que a cidade inteira pedia alguma solução. Enquanto coronel Bondade especulava na capital alguma forma lucrativa de negociar a venda da sua propriedade, Terezinha apelava para que Oxumaré mandasse embora aquela maldição. Com os homens sem dinheiro, ela e suas cabritas não tinham futuro. O desatino estava sendo substituido pelo desânimo. As carolas seriam as únicas felizes, porque só elas dão valor para a tristeza.
Até o paciente Jamil foi visto chutando um cinturão e gritando para a poeira que se levantava na frente da venda:
- Mas que diabo é isso, criatura?
O cabra tinha enlouquecido. Não havia mais o cheiro de bode assado saindo das janelas. A praga extinguiu também a possibilidade de possuir farofa nas despensas. Não havia lugar nem mais para o desalento. Foi assim até o dia em que viram Terezinha rezar. Era o sinal. Sempre que Oxumaré a ouvia, isso se repetia. Dito e feito. Em um mês a praga abandonava a cidade, a fazenda Retorno do Profeta e os pesadelos de Terezinha, que - depois de ser ouvida -, resolveu toda noite em total desatino, dançar e exibir sua alumiada coxa na frente da igreja, sem ligar para a oculta ameaça de uma espingarda soca-soca.
hehehe, dona Zélia Gattai, me perdoe o atrevimento!
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