98 Telinha e seus gatinhos

no dia que eu me zangar
mato voce de carinho

Ze´ Limeira

12.1.02

antônio nóbrega - pernambucano como eu. com muito orgulho.

Coco da Lagartixa - folclore

Eu vi uma lagartixa
e ela era comportada
saía à boca da noite
chegava de madrugada
com a saia na cabeça
soluçando embriagada

Eu vi outra lagartixa
num coco de embolada
negava ser mulher-dama
mas depois de três bicadas
me pegou assim d´um jeito
me matou de umbigada!

Eu vi uma lagartixa
ai, estava na janela
dizendo que era honrada
que era moça donzela
vi quatro calangos verdes
todos eram filhos dela!

Eu vi outra lagartixa
essa era uma senhora
passava a noite no samba
cachimbava a toda hora
dizia pro seu marido
"é duro trabalhar fora!"

Eu vi uma lagartixa
que na lagoa morou
que sonhava ser princesa
por um sapo apaixonou-se
beijou ele a vida inteira
ele não desencantou

Eu vi outra lagartixa
tomanho banho de açude
o açude estava cheio
quis banhar-me mas não pude
ela sujou toda a água
ainda ficou cheia de grude!

Eu vi uma lagartixa
enganar pato e guiné
teve um filho de uma pulga
outro de um bicho-do-pé
doze de uma cobra d´água
vinte e três de um jacaré!

Eu vi uma lagartixa
que queria se casar
me pediu em casamento
mas mamãe jurou não dar
ela fugiu com papai
suas filhas fui criar

Eu vi uma lagartixa
estava no meio da feira
tinha prá mais de cem netos
jurava que era solteira
perguntei a sua idade
me negou a vida inteira

Eu vi outra lagartixa
na varanda de um sobrado
ela estava namorando
junto com seu namorado
assentada na cadeira
e o rabão dependurado!

quem "ver" uma lagartixa
no sertão, na serra ou mar
entregue logo para ela
um pandeiro ou um ganzá
que ela canta esse coco
do jeito que eu ouvi lá!

do cd Madeira que cupim não rói