da Revista da Folha
"Taliboa" dá volta pela cidade
Burga: graças a Osama bin Laden, o traje que cobre as muçulmanas da cabeça aos pés apareceu em 2001 mais do que qualquer modelinho fashion.
Acostumados à burga apenas via satélite, os paulistanos se assustaram muito na presença de uma.
"Olha lá, olha lá: onde aquela maluca pensa que vai?"
"Dá-lhe, Taliboa!"
"Será que é mulher mesmo?"
"É nada! Aquilo é bicha querendo aparecer"
...reagiram os frequentadores da feira de antiguidades do Masp, no domingo passado, diante da repórter da Revista vestida com uma burga trazida como lembrança pelo correspondente da Folha na guerra do Afeganistão Igor Gielow.
Sobraram medo e preconceito.
"Mulçumana, aqui, não, sai fora!", exclamou um transeunte. "Um senhor chegou a gritar furioso: "Você vai ser assassinada." Assustado, um casal de expositores chamou o segurança, acreditando que a mulher de burga pudesse ser uma assaltante.
E, como no Brasil, nem o traje mais recatado inibe os machistas de plantão, um homem tentou enfiar a mão por debaixo do véu para "sentir" o que havia por baixo. Quente, claustrofóbica, a burga, que não tem mangas, limita os movimentos, obstrui a visão e dificulta a respiração. Cobre todo o corpo e descobre apenas o preconceito.
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