surtei, e daí?
e se eu não soubesse que tem gente lendo eu ia escrever umas verdades para determinada pessoa. só pq sou covarde de dizer na cara dela. enquanto isso, a coisa pula alucinada na minha frente e eu faço cara de paisagem. um dia eu digo, só não digo agora pq não é a hora. só não digo agora pq não sei como dizer. só não digo agora pq me falta muita coisa para poder dizer agora.
ai, quero sair com uma amiga e rir das coisas da vida. aí a coisa que quer ser vista ia ficar destamainho. o dia tá bonito e eu tou com preguiça de sair de casa, o que não é nenhuma novidade. dava a vida alheia por um maltado nas galerias - exatamente aquele que tomei depois de descer na Mesbla (faz tempo) e ir andando até lá, numa disposição e bom humor raros: foram duas pontes no caminho e muito chão pela frente. Cheguei lá suada, vermelha e feliz da vida, nunca um maltado foi tão bom.
Ana Jaqueline, que saudade do toreador no tragaluz e a gente cantando mamonas no caminho de casa. Naísa, Groo no sábado e doce de leite na lata de moça fiesta. Se eu for começar a escrever, ninguém me segura, tanta coias boa para lembrar, tanta coisa boa para fazer. Ai, preciso de alguma coisa que não sei o que é, e dá vontade de sair correndo. De banho de chuva. Cadê aquele ofurô que me deixou tão calminha? Quero mais, quero de novo.
li em algum canto que ia ser muito bom a gente pegar a mágoa que nos causaram, colocar num envelope e devolver à pessoa que nos magoou. e o herbert canta em dos margaritas "se a vingança apagasse a dor que eu senti"...
Não, não aconteceu absolutamente nada comigo, só estou um pouco surtada, já já passa, respeitável público.
No porta retrato, eu, aos 2 anos, de cachinhos no cabelo, sorrio para o fotógrafo (talvez meu pai) num vestidinho que não sei a cor.
PS A coisa não é escabrosa. Não é um segredo inconfessável, não é um assassinato, nem vai vir a ser. A coisa é só uma coisa mal resolvida. Aliás, tou dando importância demais à coisa, que precisa ser ignorada para poder voltar ao seu tamanho normal, ou seja, uma coisa relativamente incômoda. Essa coisa é que nem criança dando ataque na loja pq quer um brinquedo: quando vê que tem platéia, aí que o volume dos berros aumenta.
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