Silêncio
A quem pertence a tua voz, a tua palavra,
Nestes últimos momento para falares?
Indeciso? Tu, que desafiavas os fortes e os piores
E lutavas contra quem feria os pequeninos?
Diz-me, de quem é a tua voz, a tua palavra?
Vem e fala. Não tombarás mais,
Ergue-te e caminha. Eu estou aqui!
Não serão os teus últimos passos.
Calado, estás vencido, humilhado, morto.
Levanta-te, a tribuna te espera:
Libela, acusa, debate, convence.
Seca teu prato e fala, fala!
A quem pertence a tua voz, a tua palavra?
À Justiça? De Deus ou dos homens?
Fala, dize pelo menos que amas.
Silencias, foges? Querem te ouvir.
Se não denunciares morte e horror,
Fala da vida e do amor. Fala outra vez.
Geraldo Cavalcanti
poeta, contista, jornalista, promotor público e, com todo o meu orgulho, meu pai.
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