98 Telinha e seus gatinhos

no dia que eu me zangar
mato voce de carinho

Ze´ Limeira

2.11.05

vamos ver se desta vez vai. porque eu escrevi o post, emocionada, e o blogger comeu.

eu tava lá nas duas fridas e vi um post já no fim da página. a monix tava falando dos dez livros que marcaram a vida dela. e eu pasmei, pois tinha lá dois livros que marcaram a minha também.

tá aqui a lista dela:

1) A Bolsa Amarela 2) Os 12 Trabalhos de Hércules 3) Pollyana 4) O Apanhador no Campo de Centeio 5) As Brumas de Avalon 6) Memórias Póstumas de Brás Cubas 7) Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres 8) Antologia Poética de Manuel Bandeira 9) Reengenharia do Tempo 10) Mothern

e tá aqui a minha. sem nenhuma ordem de preferência.

1) A Bolsa Amarela e muitos outros da Lygia Bojunga Nunes. Eu me reconheci na Raquel, como me reconheci na Escritora, no tatu Vítor, na Maria e em tantos personagens. A Bolsa Amarela é muito importante para mim, tanto quanto "A Troca e a Tarefa", história do livro Tchau. Agorinha li "A Cama", outra protagonista com onze anos, outra menina corajosa e desmiolada na opinião da mãe. O que mais me abalou foi "O Abraço", que me dava vontade de gritar para a personagem "não vai! não vai!" e virava a página com medo do que ia ler.

2) Os Doze Trabalhos de Hércules, de Monteiro Lobato, ganha de Reinações de Narizinho por dois motivos: deuses gregos e uma Emília que rouba todas as cenas. Um dia eu vou ser a Emília. Um dia eu chego lá.

3) O Vampiro Lestat, de Anne Rice. Comprei este livro em 89. A primeira edição brasileira. Não tinha virado filme, não tinha virado moda, principalmente não tinha a cara de Tom Cruise e sim a de Rutger Hauer. Isso faz toda a diferença. Ele é meu amante desde então. Está riscado, rabiscado, com letras de música e a poesia de um amigo. Eu saslvava esse livro de mil incêndios se fosse necessário. É o primeiro da lista que ainda está comigo, os dois outros estão só de coração.

4) A Disciplina do Amor, de Lygia Fagundes Telles. Veio desempatar a dúvida entre As Meninas e Ciranda de Pedra. Uma Lygia me segura pela mão e me fala baixinho as histórias que sua pajem lhe contou. A outra vem ao meu lado e me dá uma bola de aniversário vermelha e tem uma fila de bichos com ela. E eu não sei viver sem nenhuma delas.

5) Paula, de Isabel Allende. Isabel perdeu a filha, eu perdi meu pai. Toda vez que leio, fico triste e emocionada. E depois fico como a terra molhada de chuva.

6) O Poder do Mito, de Joseph Cambell. Tem um parágrafo maravilhoso dele, não sei se é nesse livro ou em outro, que diz mais ou menos assim:
"Em uma aula, uma aluna do Joseph Cambell reclamou do papel da mulher nos mitos e contos de fada. Ele se espantou: Mas a mulher é a mãe do herói, é a fada que o salva e guia nos perigos, é a mulher por quem ele se arrisca! A mulher é a razão da história do herói! E a aluna respondeu: Mas eu quero ser o herói."
Eu quero ser o herói. E tá aqui a razão, que eu li num Sandman qualquer: "Contos de fadas existem não para dizer que dragões existem, mas sim que dragões podem ser vencidos".

7) Todo o Sandman. Tudo que Neil Gaiman escrever. Até a lista da feira.

8) Ultraje ao Pudor, de Pittigrilli. Comprei este livro num sebo, edição dos anos 30. Delicioso e com a ortografia da época. Irreverente, irônico, desafiante dos poderes estabelecidos, uma delícia. Deviam ser todos reimpressos, ô criatura difícil de achar em sebo!

9) Filmes Proibidos, de Bruna Lombardi. Uma louca nos anos 80. Se fosse hoje, teria um blog e seria amiga da Fal, da Marina W e das Megeras Magérrimas. Leia e eu te desafio a não se apaixonar por ela, que não tem o nome revelado em nenhuma página sequer.

10) Antologia Poética de Mario Quintana. Ele me ensinou que poesia é um bicho livre.

Engraçado notar que a primeira versão da lista ficou diferente desta. Eu colocaria Calvin & Haroldo, a Turma da Monica, Luluzinha, a trilogia de Griffin e Sabine, Zé Limeira, Cem Dias entre Céu e Mar, O Morro dos Ventos Uivantes, o blog da Fal, ih, a coleção Mar de Histórias... O Edifício, de Will Eisner tem que entrar também. Desse jeito eu não termino nunca, a lista vira um caleidoscópio. That´s All, Folks.

13 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Telinha, vim parar aqui através da minha amicíssima Ione, e qual não foi minha surpresa ao encontrar um comentário do maestro Edgard Barbosa Poças? Pode se corresponder com ele se quiser, foi assim que eu e meus amigos do Infância 80 travamos amizade e até visitamos o grande maestro em Sampa. :) Pena que ele me deu de presente uma letra que, graças à futucação da minha mãe, mudou de lugar e eu perdi. Até hoje não consigo falar com ele sem ficar com a cara no chão. :(

Mas como diz minha grande amiga Juliana (www.mentecapta.blogger.com.br), ele tem um coração do tamanho do mundo. Escreva tudo que quiser, e você vai ver como ele te responde com todo prazer. É o pai que todo mundo queria. Não é à toa que de um réquiem ("Mi amigo Félix") ele conseguiu fazer aquela que na minha opinião é a letra mais linda já escrita sobre pais ("Dia dos Pais").

No mais, eu nunca li "A Bolsa Amarela", mas um amigão meu, Alejandro (http://www.fotolog.net/lihin), que é um dos meus escritores preferidos, tem uma certa aversão a esse livro que nunca entendi. Por isso fico meio cabreiro pra ler. Mas adorei "Angélica" (é dela, não?), que tem um surrealismo hilário, e eu quase me sujei de tanto rir aos onze anos. Já "O Sofá Estampado" me dava pesadelos aos 10 anos por causa daquelas figuras misteriosas e do "Se essa rua fosse minha". Isso foi crueldade dela, escrever pesadelos pras crianças. Mas o livro se salvava porque eu li ele (dane-se o oblíquo :P) inteiro com uma voz mole de mulher na minha cabeça. Impressionante como ela escreve com voz de mulher mole. O uso abundante da expressão "um jeito" ajuda muito a amolecer a voz. Pode ser louco, mas enfim... o texto também é. :D Um beijo,
Luiz.

12:00 AM

 
Anonymous Anônimo said...

P.S.: Desculpe os links, mas o mínimo que se pode fazer dos amigos é uma propaganda básica. ;)

12:04 AM

 
Anonymous Anônimo said...

P.P.S.: Grrrrr. Maldito escorregão de dedo. Era eu ali acima.

12:05 AM

 
Blogger Thata said...

Ai ai ai, Telinha, que tarefa difícil!!Quero fazer minha lista também, já estou pensando...a bolsa amarela, os 12 trabalhos (mas não sei se é o que mais me marcou), os do Malba Tahan,Pollyana, geeeeeeente...vou passar da conta! mas vou fazer a lista tb, depois confere lá! Ah, como vai o Atum??

2:02 PM

 
Blogger stella said...

Luiz, pelo pouquinho que eu conheci do Edgar, você está coberto e recheado de razão. Ele é uma pessoa iluminada!

E quanto aos livros da Lygia Bojunga... bem, fio, eu amo. O que seria do azul se todos gostassem do amarelo?

E a Ione, ohmygod, é uma fofa. Ela e a Cuca. ;)


Thata, a tarefa é difícil mas é deliciosa. E Atum tá melhorando, viva São Francisco de Assis!

2:16 PM

 
Anonymous Anônimo said...

A Bolsa Amarela também me marcou muito. Volta e meia partes da estória vêm em pensamentos e eu fico louca pra reler.
E eu que pensava que era só eu que lembrava...

12:14 PM

 
Anonymous Anônimo said...

Oi, Stella! Prazer em conhecer, viu? Obrigada pela visita no Dufas, volte sempre - a casa é nossa.
Adorei sua lista, ou melhor, seus comentários. Porque listas muitos fizeram, mas poucos (você entre eles) conseguem hospedar na gente esse bichinho curioso que, uma vez instalado só se satisfaz depois de ler também:-)
Aquele Abraço.

9:59 PM

 
Blogger stella said...

Carol, que bom saber que você também leu A Bolsa. Tem jeito não, menina, a Lygia é poderosa, a gente tem uma Raquel dentro do peito e o que acontece é um reconhecimento ao ler o livro.

9:45 AM

 
Blogger stella said...

Helena,
pronto, apareceu um sorriso bobo na minha cara e não parece sair tão cedo. obrigada :)

9:46 AM

 
Blogger stella said...

mammy, mammy, que bom que você gostou da minha lista de livros. eu sei que ela não é nada que se compare à sua cultura, mammy ;) mas um dia eu chego lá!

7:39 PM

 
Anonymous Anônimo said...

Que mistura boa e saudável!
Dá vontade de fazer a minha lista também.
Beijo, querida

12:27 AM

 
Anonymous Anônimo said...

é por isso que não gosto de listas pequenas:)

8:24 AM

 
Anonymous Anônimo said...

Na minha lista tem o seu nº 6. O 2 eu troco pelo Saci. O 10... tá, acho que o 10 também.

O problema é que se a gente for fazer a lista dos 10 mais importantes e marcantes da vida, pelo menos oito vão ser da infância/adolescência. É a época em que UM livro pode realmente conter toda a verdade suprema do universo e fazer você compreender o sentido da vida. Aí até Coleção Vagalume fica inesquecível.

12:31 AM

 

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