o filho da lucinha
eu sei que não devia falar de Cazuza, o tempo não pára, sem ver o filme. mas há um ar chapa-branca que tá me irritando.
olha o anúncio que saiu hoje na folha de são paulo. marieta severo, daniel nãoseioquê, reginaldo faria. lucinha, cazuza, o pai de cazuza.
conheço pouco o cazuza. devo ser a antítese dele. mas até pelas diferenças, sempre ouvi suas músicas, sempre berrei o blues da piedade nas horas de tristeza.´sempre quis que alguém me chamasse de minha flor, meu bebê.
vivi os anos 80. vi o barão nascer, vi cazuza decolar sozinho, fui no último show dele em Recife, magrinho, de branco.
e por esse quase nada que eu sei dele, eu tenho uma certeza: um filme apresentando o cazuza como o filho da lucinha é muito, muito pouco diante do cara que o cazuza foi.
tudo bem que a lucinha se imponha e se realize como a mãe dele. ela é uma mulher admirável. o trabalho na fundação viva cazuza tá aí para provar isso. mas para um homem polêmico e forte e múltiplo como foi o cazuza ser apresentado no filme sob a ótica materna é muito, muito pouco. mas agora ele voltou como que à infância. ele pertence aos pais. sua imagem, suas músicas, sua história. agora cazuza está domado por sua família. e isso dói em quem é fã.
se eu chegar a ver cazuza, o tempo não pára, eu falo mais.
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