98 Telinha e seus gatinhos

no dia que eu me zangar
mato voce de carinho

Ze´ Limeira

30.6.04

meu ilunguismo se manifestou novamente esses dias. em uma conversa distraída, foi levantado o nome de uma figura que está na minha lista negra há alguns anos. não sei se foi missa encomendada, mas tal pessoa falou muito bem de mim e isso chegou aos meus ouvidos. e houve uma certa pressão para eu ter uma conversa com a criatura, já que um bom tempo se passou desde o último entrevero.

sabe que eu não acreditei? de repente eu era linda, loura, japonesa e superpoderosa. um exemplo de vida, eu. corajosa, inteligente, gentil, tudo de bom. só faltou me chamarem de gostosa.

e as minhas pulgas atrás da orelha se assanharam todinhas. é muito bom ser elogiada! e quando esse elogio vem de um ser que esmagou várias vezes as minhas plantações de tomate, hm. os caninos cresceram e eu senti gosto de sangue. fui vingada.

a criatura se arrependeu do que fez, sente minha falta, viu o tamanho da besteira e pediu arrego sozinha. Eu não precisei levantar um dedo.

mas e aí, me cobraram uma resposta.

aí que não mudou nada. eu que não vou abrir minha vida para entrar esse desvario de novo. tou muito bem no meu canto. que essa pessoa seja muito feliz, realizada, ganhe muito dinheiro, seja feliz no amor, tenha saúde e coisa e tal, mas longe de mim. é meu direito. ninguém pode questionar: eu tenho o direito de escolher quem mora no meu coração. e, como disse a formiga para a cigarra, "cantava no verão? agora, dance!"

ilunga, eu sei. a capacidade de perdoar uma vez, deixar passar uma segunda mas numa terceira...