98 Telinha e seus gatinhos

no dia que eu me zangar
mato voce de carinho

Ze´ Limeira

1.9.03

bom dia flor do dia!

cheguei - chegamos! - domingo, mas acontece que eu enjôo em viagens longas. foram quatro horas de estrada! então imaginem que eu estava verdinha e mole como um aspargo cozido e sem ânimo para vir pro computador.
e com saudades dos gatos.

na ida fomos de ônibus e eu não faço noção de como cheguei em casa. enjoadíssima. só perguntava se faltava muito ainda. mas bastou chegar e tomar uma sopa bem quentinha que virei gente!

mas a viagem foi ótima, peguei um frio miserável e me diverti um bocado. diversão interiorana, de passear na cidadezinha que é o segundo melhor clima do mundo, segundo o guiness. tirei fotos e - distração absoluta! - não apareci em nenhuma. nem amado marido. ele hibernou o tempo todo. eu na rua, ele no quarto.

rio das flores tem muita, muita, muita flor. pode ser planta, arbusto ou árvore: tudo tem flor. manacá roxo e branco no mesmo pé, hibiscos absurdos de tão grandes, ipês amarelinhos. uma delícia. cidade pequena onde as pessoas dizem bom-dia mesmo sem conhecer a gente. e tome ladeira. meu deus. rio das flores tem mais ladeira que olinda. e tudo braba. as batatas da minha perna ainda estão pedindo penico.

sim, porque a casa que foi de seu valdemar, avô de amado marido, fica no meio da ladeira! casinha branca, porta e janelas azuis. pitangueira na frente, cajueiro no quintal. nêspera, limão e abacate. me acabei. adoro casa com flor e fruta. por mim passava um mês lá!

e a pitangueira com flor e fruta! mas só vão ficar no ponto semana que vem... de teimosa, comi uma já puxando pro vermelho, mas que ainda não tava no ponto. ai que coisa mais azeda! mas comi pitanga, pronto. e fiz careta uma meia hora! ;)

e sendo apresentada aos amigos de amado sogro"essa é minha nora, ela é pernambucana, já viu pernambucana tão branquinha?" e as velhinhas dizendo que viram amado marido deste tamainho, quando ele brincava com o anselmo, o lelê e a margarida.

muitos cachorros, mas só vi um gato. tigrado de cinza, gordo, lindo. e beija-flores, óbvio. na varanda da casa, três bebedouros e um xerife: um beija-flor jateado de verde, grandão e mandão. ali é a casa dele, ninguém bebe da água dele. zum, zuuum o tempo todo, dando corridas nos outros beija-flores atrevidos. uma coisa. entram na casa, atravessam a cozinha e saem pelo quintal. e sabiás! e vi um joão de barro passeando no jardim: seu luizinho tava plantando uma buganvília roxa e o passarinho lá, só esperando ele sair para pegar um tiquinho de terra. mansinho, mansinho o joão de barro. passeava como se fosse dono da casa. tentei tirar foto mas a câmera não tinha zoom, ficou uma manchinha marrom no gramado, acabei deletando.

rio das flores faz parte das cidades que têm fazendas do ciclo cafeeiro, e tem muita loja de artesanato e é lindinha e limpinha não só para turista ver, mas porque é assim mesmo. vi bairros da periferia que não tinham nenhuma coisa a se reclamar: casinhas humildes mas inteirinhas, pintadas, com flor na cerca. deu gosto de ver. não gosto de elogiar político, mas o prefeito de lá tá fazendo um bom trabalho!

essa semana tem a exposição agropecuária. quero só ver. o parque de exposições é desse tamainho. o palco vai ser no campo de futebol, que é cimentado. parece coisa de playmobil. mas vai cidade negra e paralamas, e no domingo, de grátis, uma coisa conhecida como cariocas do brejo. ninguém sabe que raio de música esse povo toca. e eu tou me roendo de curiosidade, pois essa eu fazia questão de ver.

e, sim, feliz da vida por herbert voltar à estrada.


domingo de tarde, pé na estrada: voltamos de van, que amado sogro contratou. paramos duas vezes no caminho: uma para comprar plantas (mô deuso, quanto autocontrole. cada coisa linda!) e para comprar doces (aí não há autocontrole que segure!). sabores da roça: trouxe doce de mamão verde, cocada mole, bananinha passa e um absurdo doce de leite com maracujá.

a serra das araras é uma curva prá lá seguida de uma curva prá cá. enjoa só de lembrar. chegamos em casa, parecia que era mudança: fomos com duas bolsas, voltamos com seis sacolões. comida, leite gordo (hmmmm!), os doces, uma begônia, mil e um presentes.

bom demais. quero voltar.


ah, sim, vou postar as fotos mais tarde.