você sabe que está velho quando lê uma notícia dessas:
Cartoon exibe He-Man recauchutado em abril
HOUVE um tempo em que o herói de toda uma geração era um sujeito moreno, musculoso e com um improvável cabelo loiro em corte tigelinha. Não bastasse tal visual, trajava uma discreta sunga peluda e exibia uma cruz no peito. Agora, o Cartoon Network, em comemoração aos 20 anos do herói, vai trazer o novo He-Man para o Brasil.
A partir de 5 de abril, às 13h30, tanto os saudosistas quanto os que nunca ouviram falar no "Homem Mais Poderoso do Universo" poderão conhecer o "remake", lançado nos Estados Unidos no ano passado com grande sucesso.
Amadurecendo os personagens, os produtores da Mike Young Productions prometem que, finalmente, será revelada a origem do vilão Esqueleto, apenas insinuada na série original.
Com as 26 novas aventuras do desenho, chega uma nova linha de brinquedos. Afinal, o personagem é propriedade da Mattel, uma das maiores fabricantes mundiais. Na verdade, a série foi uma maneira de promover os bonecos "Masters of the Universe", que, segundo a lenda, teriam sido criados às pressas para substituir uma linha de brinquedos baseada no filme "Conan - O Bárbaro". Como o filme não tinha nada de infantil, e o prejuízo parecia inevitável, mudou-se a aparência dos personagens, e a produtora Filmation elaborou um novo desenho.
Coube a alguns roteiristas hoje famosos como Paul Dini (que recriou os desenhos do Batman na década passada) e J. M. Straczynski ("Babylon V") a ingrata tarefa de justificar os personagens esquisitos que habitavam o planeta Etérnia. Com o herói, conviviam personagens como a Feiticeira, guardiã do Castelo de Grayskull (sua fonte do poder), Mentor (o pai de Teela, sua paixão platônica) e Pacato, um tigre falante e covarde que se transformava no Gato Guerreiro.
Nas manhãs da Globo, os 130 episódios, exibidos originalmente entre 1983 e 1985, fizeram da série uma febre entre jovens e crianças. Mesmo sendo politicamente correta a ponto de os personagens aparecerem ao fim de cada capítulo para explicar a lição de moral do dia.
Tal sucesso alavancou outro desenho: "She-ra, a Princesa do Poder". Protagonizada pela irmã do corpulento herói, a ação se passava em Etéria, outro planeta. Na verdade, uma xerox roxa, rosa e feminina de tudo o que havia em He-Man.
Em 1987, ele chegou aos cinemas na pele do canastrão russo Douph Lundgreen, no filme "Mestres do Universo". Com pouco orçamento e sem maiores atrativos, o longa mostra He-Man desembarcando na Terra para derrotar o Esqueleto (Frank Langella).
Além disso, em 1989, após a falência da Filmation, foi produzida a série "As Novas Aventuras de He-Man". Nela, ele vai ao espaço descaracterizado: bem mais magro e usando rabo-de-cavalo e calças. Uma série ruim de 65 episódios.
da Folha de São Paulo
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