98 Telinha e seus gatinhos

no dia que eu me zangar
mato voce de carinho

Ze´ Limeira

8.3.03

e para desanuviar este blog, o primeiro capítulo do gerador de novelas de manoel carlos.

texto 1
Helena, a estúpida - Cena 12

Versão instrumental da música "O Pato" como trilha incidental. Helena e Muriel estão sentadas na mesa de um sebo, o local fica no cristo redentor, como a vista denuncia. Um garçom trás dois copos de caipimorango para as mulheres. Helena sorri agradecida e conversa com Muriel .

Helena:
- O uso de brincos pesados faz a orelha rasgar.

Muriel:
- É verdade... Não sei porque tem gente que se preocupa com o engarrafamento do humaitá, com os bailes funk e com a lacraia na tv. O que você falou e beber caipimorango são muito mais importantes.

Helena:
- E não é? Sabe que isso me lembra aquela viagem que eu fiz para gstaad? Foi quando eu conheci o teobaldo e resolvi me anular como ser-humano.

Muriel:
- Mas você fez a coisa certa! Tem que ser assim mesmo. Casar com um homem rico, abrir uma clínica de estética e não se esquecer de toda semana passar por um gesso lipolítico.

Helena dá uma risada muito fina e discreta. Lá fora o bandido da luz vermelha aponta uma granada de mão para um pedestre. Geral no cristo redentor. Sobe o pato.


texto 2

Helena, a desavisada - Cena 12

O pato - versão João Gilberto- como trilha incidental. Helena e Teobaldo estão andando de mãos dadas na calçada. Câmera desfoca no cristo redentor que aparece ao fundo, mas ainda é possível identificar o local. Os dois resolvem se sentar num banco pichado pelo Comando Vermelho.

teobaldo:
- Você viu o que os noticiários andam inventando? o engarrafamento do humaitá, os bailes funk e a lacraia na tv. Quem eles acham que enganam?.

Helena:
- Ah, eu é que não caio nessa. Atualmente eu só acredito em um gesso lipolítico

teobaldo:
- De fato. E se possível em gstaad, bebendo caipimorango... Hahaha!

Helena:
- Como diria Muriel: o uso de brincos pesados faz a orelha rasgar! Aliás, você soube que ela casou com o o bandido da luz vermelha?

teobaldo:
- E quem não soube? Mulher de sorte está aí. Agora tem até segurança com uma granada de mão na porta de casa!

Helena:
A gente podia marcar de ir amanhã para um sebo com eles... O que você acha?

teobaldo:
Por mim tudo bem, porque eu já sou rico. Mas você não tem trabalho?

Helena:
E você acha que eu me preocupo com uma clínica de estética? Pega o celular e liga para eles...

teobaldo tira o celular do bolso. Câmera agora foca no cristo redentor. Sobe o pato (versão João Gilberto).


texto 3
Helena, a lobotomizada - Cena 12

o pato como trilha incidental. Helena está fazendo cooper no cristo redentor quando acidentalmente se encontra com Muriel. Na mesma hora ela pára e olha com ódio para a rival. O embate é inevitável.

Helena:
- Vagabunda! Você ainda tem coragem de morar aqui no Rio depois que foi pêga cantando o teobaldo num um sebo barato?

Muriel:
- Alto lá! Ele é quem estava me cantando. Aliás, até me convidou pra ir pra gstaad com ele. Isso depois que me disse que o uso de brincos pesados faz a orelha rasgar....

Helena (aos prantos):
- Mentira! Agora só falta você inventar que existe o engarrafamento do humaitá, os bailes funk, a lacraia na tv e o bandido da luz vermelha no Rio. Pensa que eu sou boba?

Muriel:
- Que mentira? Mentira é o seu casamento. O pobre do teobaldo precisa encher a cara de caipimorango para te agüentar.

Helena (aos prantos):
- Escuta aqui: eu não investi em uma clínica de estética, em um gesso lipolítico e em toda espécie de futilidade para perder meu homem para você. Você acha que é fácil ser protagonista do Manoel Carlos?

Helena tira uma granada de mão do meio do decote que generosamente mostra seu novo implante de silicone e aponta a arma para Muriel. Ao fundo, sol se põe no cristo redentor. Sobe o pato.