eu assino embaixo
Artur Xexéo, o Globo, hoje.
O programa do Lula só não foi o pior da noite de estréia do horário eleitoral do segundo turno porque, logo depois, entrou no ar o do Serra. Com Regina Duarte. Eu pensava que conhecia Regina Duarte. Mas não a reconheci naquele comercial.
Tenho certeza de que Marília Pêra se arrepende do dia em que gravou a mensagem de apoio a Collor, anos atrás. Se pudesse, apagava aquele dia de sua vida. Com Claudia Raia não deve ser diferente. Com Teresa Raquel também. Penso que Regina Duarte ainda vai maldizer o dia em que topou bancar a garota-propaganda da campanha terrorista contra Lula.
Que Regina chegue na TV e diga que vai votar no Serra porque ele é o melhor candidato, tudo bem. Teria toda a minha admiração. Regina é peessedebista de primeira hora. E é preciso ter coragem para, no meio desta onda pró-Lula, virar-se para uma câmera de TV e revelar seu voto em Serra. Mas fazer cara de acuada e dizer que está com medo de Lula, que teme a volta da inflação a 80%, que... a gente sabe que não é verdade. A gente sabe que a Regina não pensa nada disso. A gente sabe que foi um trabalho de atriz a serviço de uma estratégia política, daquelas estratégias de baixo nível. A participação de Regina Duarte na campanha de Serra é muito diferente, por exemplo, só para ficar no âmbito dos artistas, da de Nana Caymmi no primeiro turno. O depoimento de Nana era evidentemente verdadeiro. É muito diferente também da do grupo KLB, evidentemente comercial. Regina usou de seus artifícios de atriz para fingir que era verdadeiro um sentimento falso. Pegou mal. Muito mal. Confesso que, no fim, fiquei com medo de Regina Duarte.
A Regina Duarte pode ser na campanha do Serra o que a garrafa de Romanée-Conti está sendo na campanha do Lula. Um inacreditável tropeção do marketing.
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