E.R.
Telinha foi brincar de médico, pessoal.
Pois foi. baixei emergência terça feira. Foi assim: eu tenho crises de garganta desde sempre. E esta fugiu do controle. Sábado eu estava sentindo a cosquinha que dá uma garganta inflamada, domingo estava muda, segunda estava prostrada e terça... bem, terça eu simplesmente não conseguia respirar direito. Fiquei com medo de ter um treco sozinha em casa e ninguém me acudir e bati numa clínica aqui perto, achando que ia fazer uma nebulização e em meia hora estaria em casa.
mera ilusão.
Cheguei na clínica com a minha carteirinha da sulamérica, comprovante de pagamento e tudo mais. E me enfiei na primeira emergência que vi, que era a cardiológica. só que esqueci a identidade em casa. (desde q levaram minha carteira eu ando sem identidade. nunca mais faço isso) e enquanto esperava que confirmassem com a sulamérica que eu era eu (meus cartões da blockbuster e das lojas renner não adiantaram chongas como identificação), eu ia ficando cada vez mais assustada com a possibilidade de não ser atendida e aí que a respiração piorou. foram uns 20 minutos imensos. aí a moça perguntou se eu topava ser atendida como particular, e eu quase me levantei e fui embora. mas deu tudo certo e o doutor veio me ver.
Lá estava eu brincando de paciente. Tensiômetro automático no braço, aquele treco de ver pulsação no dedo (parece um pegador de roupa, mas não aperta), aquele monitor em cima da cama fazendo bip e mostrando a quantas andam os sinais vitais. Fiz eletrocardiograma, exame de sangue (que me estourou a veia e me deixou roxa) e nebulização. a respeito do exame de sangue, a pobre da moça que me atendeu foi muito gentil e competente, mas é que eu tava com medo e as minhas veias somem quando eu fico com medo.
Nessa hora eu vi que a coisa ia demorar. pedi para ligar para amado marido e todo mundo disse que daqui a pouco eu podia ligar, um daqui a pouco que não chegava nunca. lembrei que o celular tava na bolsa e fui ligar para ele, mas estava sem crédito! liguei a cobrar e descobri, da pior maneira, que lá no trabalho dele não atende ligação a cobrar. então liguei para lúcia, que mora do outro lado da rua da clínica, e ela veio me ver. toda desenvolta, achou o médico, me conseguiu um copo d´água e ficamos discutindo o filme A.I. Aí (ai, que trocadilho infame) fui tirar raio x do pulmão. E fui de cadeira de rodas. Muito estranho andar de cadeira de rodas. E era uma cheia das novidades, que a clínca é chique. Pois tirei o raio x e fiquei do lado de fora da sala, esperando o enfermeiro voltar para me levar para o quarto. Então eu me senti um carro esperando o manobrista, quando eu podia simplesmente ir andando. Muito estranha a sensação. Muito indefesa.
Lúcia precisou ir embora. O médico disse que não tinha nada em meus pulmões além de catarro (eka) e pediu uma radiografia da face. E lá fui eu de cadeira de rodas de novo, surtada porque já estava tarde e amado marido ia chegar em casa e ia levar um susto porque eu não ia estar e não tinha deixado recado dizendo para onde tinha ido. Imagina: ele saiu contrariado por me deixar sozinha, pois essa crise de garganta estava muito feia. Lúcia ligou pro meu celular dizendo que tinha tentado falar com ele mas ele já tinha saído da sala, o que me preocupou ainda mais.
Calhou que o médico disse que eu tou com sinusite, coisa de que eu discordo inteiramente. Desde quando sinusite dá a dor que senti no pulmão, quando parecia ter arame farpado em volta dele?
Enfim, me liberaram, vim para casa e só deu tempo de trocar de roupa para amado marido chegar. Compramos os remédios que o doutor mandou, o nebulizador, e tou aqui, literalmente soltando fumaça.
E, claro, levei bronca de toda a família por não ter chamado Perpétua, Amado Sogro ou Amada Tia para ficarem comigo. Mas é que eu achava que ia demorar meia hora e voltar para casa, como eles moram na Tijuca, quando chegassem na clínica eu já deveria estar liberada. Mas uma coisa que eu achei que ia demorar pouco levou umas quatro horas...
Mas eu estou bem. Rouca, dolorida, essas coisas, mas bem. Fiquem tranqüilos que não é dessa vez que o quarto vira uti.
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