Se eu dissesse que o papangu vem aí, o que você faria?
o papangu, ôoo
o papangu, ôoo
menino, vem prá rua, aí vem o papangu
mascarado, escondido, aí vem o papangu
todo vestido, da cabeça até o pé
quem é o papangu?
você é, você é!
Todo domingo de Carnaval a cidade de Bezerros, no interior de Pernambuco, se transforma na "Veneza do Agreste". A folia dos papangus inicia no começo da manhã e segue até o final da tarde, sempre animada por orquestras de frevo.
Segundo contam os moradores mais antigos de Bezerros, a brincadeira começou quando alguns homens quiseram brincar o carnaval sem serem reconhecidos, para despistar a atenção de suas esposas. A brincadeira foi pegando e a cada ano aumenta o número de mascarados nas ruas.
Seguindo a tradição que se repete há 70 anos, os foliões se fantasiam com máscaras, túnicas coloridas, luvas brancas e comem angu com carne enquanto desfilam pelas ruas da cidade. Por causa disso, ficaram conhecidos como "papangus".Em todas as residências, a recepção é a melhor possível. “Já tive que dar comida para 20 papangus de uma só vez”, diz a dona de casa Grecy de Vasconcelos. “Dois de meus quatro filhos sempre saem em grandes equipes e todo o mundo vem comer em casa, ao mesmo tempo”, conta.
Para entrar na dança é imprescindível que se tenha uma máscara. Fabricadas pelos artesãos locais, as máscaras são verdadeiras obras de arte, confeccionadas, como antigamente, com papel jornal e goma. Em diversos tamanhos, elas têm várias finalidades: adorno para o carnaval, objeto de decoração ou souvenirs oficiais do município. As máscaras mais elaboradas são confeccionadas com gesso.
A principal regra desta importante tradição carnavalesca é manter o sigilo sobre as máscaras que serão usadas, para que ninguém venha a ser reconhecido. Por isso mesmo, um dos pontos altos da festa é tentar descobrir quem está por trás da máscara de papangu.
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