98 Telinha e seus gatinhos

no dia que eu me zangar
mato voce de carinho

Ze´ Limeira

31.10.01

Virei gente

Sabe quando a gente viaja e não liga para a mãe para avisar que tá tudo bem pq tudo tá bom demais? Pois é. Nem senti falta do micro - só um tiquinho ;) quando estava na megastore da FNAC, aquele templo de perdição - mas senti falta de Atum (sentimos... Fred exige o plural).

Adorei São Paulo, apesar de um erro crasso de vestuário: só levei 3 camisetas, o resto era casaco de frio e fez um calor senegalesco na terra da garoa. A minha gripe piorou, sumindo com a minha voz, e teve um dia de molho no hotel, e olha que até o ruim foi bom: café no quarto, tv e longos cochilos juntinhos.

Ficamos na Liberdade, e adorei o bairro. Senhoras japonesas desse tamainho, empertigadinhas, andando por todos os cantos com suas sacolinhas de compras. E fui na feirinha típica (marromeno, já que tinha até acarajé) e tirei a sorte no realejo. Comprei umas besteirinhas para mim e para as sobrinhas (ca-la-ro!): uns origamis maravilhosos (pena que não comprei o cisne para a minha mãe, fica para a próxima), duas bonequinhas, canetas - óbvio - um calendarinho de geladeira com uma jovenzinha feita de colagem e meu xodó: um casalzinho de quimono, minúsculo, mais ou menos 5 cm e feito à mão, de pano!

Na Liberdade, as ruas são enfeitadas com lanternas nos postes vermelhos, lojinhas com coisas que até Deus duvida: se eu tivesse 150 reais vadios, que pudesse gastar em besteira, teria comprado uma torradeira cor de rosa da Hello Kitty, que faz torradas com a carinha da gata assadinha no pão. É o supérfulo mais fofo que eu já vi na vida! E, como expliquei a Fred, não é de todo inútil, pq faz a torrada. E para meninos, havia a opção da torradeira com dinossauro.

Que mais? Exposições, restaurantes (menino, que pizza maravilhosa!), até num templo budista a gente foi. É um lugar grande, com espaços abertos, silêncio de tranqüilidade. E no hotel tinha a Doutrina de Buda para a gente ler. Minha ignorância achou o livro diferente do Pequeno Buda, com o Keanu Reeves :) É que a história do verdadeiro Sidarta Gautama é diferente da que o cinema contou. Prá começo de conversa, ele tinha outro nome, que esqueci agora, pq não roubei o livro do hotel, claro. Seria uma péssima maneira de iniciar meus estudos na área.

Não, não senti falta do micro, senti mais falta da Sony, do GNT e do Multishow no hotel, que tinha a Warner e E! como opções. Mas o bizzarro era um canal que exibia pela manhã o Cartoon Network, à tarde o EuroChannel,e de noite o SexyHot. E, claro, num canal passava o NHK, canal japonês.

Não, não senti falta do micro, mas fiquei fazendo anotações mentais para contar para vcs como foi a viagem. E, com Tico gripado e Teco com febre, muita coisa vai deixar de ser dita... paciência.

E hoje de manhã - como pode isso, de manhã num canto, de noite tão longe? Não acostumo... Hoje de manhã era quarto de hotel, cortina grossa, fechada, cama que fazia ponhóin pq o colchão era muito mole... Bem, hoje de manhã foi a vez de Fred ir à feira. Comprou presentes para o pai, a tia, a irmã e uns colegas do trabalho. Naquelas lojinhas que dá vontade de comprar tudo. Tipo: "eu quero isso, isso, isso, isso e dois daquilo". E comprou um casal de gatinhos de cerâmica, de quimoninho, num pedestal de madeira. Lindo, lindo, tá aqui do meu lado, no micro dele. No meu casal de gente, o moço usa quimono verde musgo e a donzela m quimono vermelho e longos cabelos negros, soltos, de lã superfininha. E nos gatinhos, ele tá de preto e ela de rosa, sorridentes com suas orelhinhas vermelhas.

Você sabe o que é um manekineko? É um gato (neko, em japonês) que fica com a patinha levantada, e ele segura uma plaquinha dourada com ideogramas. Serve para dar sorte no comércio, depois eu conto a lenda dele. Pois Fred me deu uma caneca com textura de areia, muito diferente mesmo, com um manekineko nela. E ainda comprou um, pequenino, gorducho e branquinho, que vai dar para uma amiga que tem seis gatos em casa. Vai dar, se eu não roubar para mim ;)

E as exposições? Isso eu deixo para contar amanhã.

Mas eu preciso contar como foi a volta. Eu achei q a passagem era para 2 e 40 da tarde, Fred achou que era para 1 e 20. E isso era meio dia e a gente nem tinha fechado a conta do hotel ainda. Chegamos esbaforidos no aeroporto, eu me sentindo horrível pq tinha dito de manhã que o vôo era mais tarde, e toca a fazer o check-in nas carreiras, para descobrir que era às 2 e 40 mesmo. Quase matei Fred, claro, mas como ele ainda não assinou o seguro de vida em meu nome, deixei para depois.