gastarei meu último centavo nisto aqui:
Alice - edição comentada
Martin Gardner
Jorge Zahar Editor
57 reais no site da livraria saraiva
trecho do artigo de Juliana Loureiro, na revista TPM, que me fez descobrir este livro e ficar louca de vontade de ler.
abre aspas
A genialidade de Lewis Carrol ficou clara depois que li Annotated Alice, uma versão adulta do livro, cuja graça maior está nas notas de rodapé que explicam charadas e referências a personalidades da época, que o leitor moderno dificilmente consegue pescar sozinho. Um exemplo? Descobri que o Chapeleiro Maluco tinha esse nome por causa da expressão “as mad as a hatter” (tão maluco quanto um chapeleiro), gíria muito comum no período vitoriano porque o feltro usado na fabricação de chapéus continha mercúrio e provocava alucinações. E que a Duquesa, personagem descrita por Carroll como feia de morrer, é inspirada em Margarita Maltausch, duquesa de verdade que viveu no século 14, tida como a mulher mais feia do mundo (o semblante da personagem foi desenhado a partir de retratos de Margarita). Lendo Annotated Alice também fiquei sabendo que quem inspirou Carroll a escrever o livro em 1862 foi Alice Lidell, uma garota de 10 anos cujos pais eram amigos do matemático. Ele tinha uma fixação por garotas, embora não haja qualquer indício de que tivesse interesse sexual por elas.
Quem me conhece sabe o que uma crítica bem escrita faz comigo. Foi graças a um texto na Istoé, em 89, que eu conheci a ainda low-profile Anne Rice. Li O Vampiro Lestat feito uma insana durante uns cinco anos. Ele está maravilhosamente rabiscado, acabado, comentado e cheio de letra de música. Ainda não sei como não me cresceram os caninos.
Suspeito que vou ler Alice até ter uns 100 anos, quando estarei mais ceguinha do que hoje e as minhas bisnetas vão contar a história para mim.
1 Comments:
Oi! Também adoro Alice de morrer, e estou morrendo de vontade de ler esta edição comentada. Boa sorte!
2:51 PM
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