canela arranhada.
muriel subiu no envelope da carta grande que eu vou mandar para aninha e mandou brasa: rasgou todo, sentiu o cheiro do ratinho de brinquedo que comprei na pet shop e vou mandar para roy, o gato de aninha.
e eu briguei com ela, dei uns petelecos. de leve, caramba, pois muriel é miudinha. atum não gostou, foi defender a amada, tacou-me a unha na canela. pense no meu grito. tive ódio. prendi muriel no quartinho e atum no quarto do micro.
aí alguma coisa aconteceu, que da raiva passei ao choro. fred saiu do chuveiro, e eu soluçando que não era justa a unhada que levei. e ameaçando fazer atum virar churrasco no maracanã e tamborim na mangueira. enquanto isso, fred me consolava, me chamando de mãe de gato, e dizendo que era assim mesmo, ele só estava defendendo a muriel.
hoje o clima pesou entre eu e os gatos. atum olhando para mim, eu olhando para ele. duelo ao meio dia. até que num gesto de reconciliação, ele me deu uma cabeçada na mesma canela que unhou. aceitei as pazes, mas ameacei: de segunda vez fico de mal por mais tempo.
ah, e a muriel sentiu o cheiro do ratinho pois tudo que vem da pet shop tem aquele cheiro enjoado que é meio indefinido. os outros ratinhos dela também tinham este cheiro, antes que ela acabasse com eles.
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