desde muito pequena me sinto à parte.
então, à parte minhas vontades de fazer parte do todo
ser mais uma na multidão é impossível
pq nasci para ser à parte e imaginar se faria falta se eu sumisse
enquanto secretamente esperava meus verdadeiros pais me buscarem,
talvez num disco voador
fantasias comuns à infância regada por contos de fadas lidos emprestados da amiga
do conto africano da princesa com folhas nos olhos que não enxergava o sol
mas sempre me senti à parte.
música é só música, nem sei direito a formação do u2 e amigos me chamarão de herege
literatura é bom, é onde me criei
mas acaba o livro, fica o vazio e a releitura e daí?
esportes servem para ver alguma coisa na tv e torcer como parte da multidão
filmes são esconderijos para a vida lá fora, mas se eu te disser meu preferido você vai me achar estranha, no mínimo
eu nasci à margem, que é que eu posso fazer?
sou a que fica num cantinho na festa, vendo o povo dançar
em compensação não dou vexame.
e nem sou afilhada do drummond e nem partilho do seu anjo
não sou gauche, sou um quadrado num mundo de círculos.
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