Médicos não lavam as mãos antes de exames
8Folha de São Paulo, Caderno Cotidiano
Fernanda da Escóssia - da sucursal do Rio
Estudo realizado no HUCFF (Hospital Universitário Clementino Fraga Filho), da UFRJ, mostra que uma medida de higiene indispensável contra a infecção hospitalar é muitas vezes esquecida: lavar as mãos antes e depois de examinar cada paciente.
O estudo, realizado numa UTI médico-cirúrgica do hospital, revela que médicos e profissionais de saúde só lavaram as mãos em 39,6% das vezes em que isso era necessário. A lavagem de mãos foi mais frequente depois dos exames -em 61,4% das vezes- do que antes -em apenas em 16%.
Sem lavar as mãos, o profissional de saúde pode transferir de um paciente para outro bactérias mais resistentes aos antibióticos. "É uma medida fácil e barata que não pode ser desprezada em um país pobre como o Brasil", diz Simone Nouér, coordenadora do controle de infecção do hospital e uma das autoras do estudo.
A pesquisa observou, de março a junho deste ano, uma UTI com dez leitos. Os profissionais que mais lavaram as mãos foram os fisioterapeutas -antes dos exames, 44%, e depois, 81%.
Entre médicos, a taxa de lavagem de mãos foi de 23% antes dos exames e de 44% depois. A pior taxa foi dos estudantes de medicina: 10% antes e 15% depois.
A equipe de controle de infecção do HUCFF intensificou as campanhas para estimular os profissionais a lavarem as mãos.
"Colocamos a pia no lugar certo, com um sabão líquido cheiroso e um papel macio, para fazer com que lavar as mãos seja algo agradável e fácil", afirma Nouér.
Onde não é possível colocar pias foram instalados suportes com álcool gelatinoso, que higieniza as mãos e retira a sujeira invisível.
Pelo amor de Deus! A gente está no século 21 e em uma sociedade dita civilizada! A gente aprende a lavar as mãos ainda criancinha! O que estes médicos têm na cabeça além de micróbios?
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