98 Telinha e seus gatinhos

no dia que eu me zangar
mato voce de carinho

Ze´ Limeira

27.11.01

Contos de fada politicamente corretos

Uma vez eu comprei um livrinho com esse nome. Eram sátiras hilariantes de Cinderela, Branca-de-neve, os três porquinhos. Muito leve e inteligente. Pois hoje eu li na Ilustrada uma matéria sobre o relançamento da coleção Disquinho, aquela de historinhas musicadas pelo Braguinha... Vocês devem lembrar da música da Chapeuzinho Vermelho, aquela "pela estrada afora eu vou, bem sozinha..." Fiquei feliz da vida, pq eu tinha alguns dos disquinhos quando menina, e gostaria de ouvir de novo. Pois imaginem o meu espanto ao me deparar com esta pérola...

Abraspas

Linguagem soa preconceituosa
Da reportagem local

A reedição das fábulas e mitos infantis da coleção "Disquinho" certamente irá enternecer e emocionar muitos marmanjos de várias idades. Por esse ângulo, não é menos que sensacional seu relançamento.
No que diz respeito às crianças, no entanto, os 25 disquinhos relançados ocultam pequenas maravilhas perdidas no meio de grandes perigos.
Em primeiro lugar, não há de ser fácil integrar crianças computadorizadas à linguagem hoje muito envelhecida que Braguinha empregou na direção daquelas historinhas clássicas, daquelas musiquinhas inesquecíveis.
Até aí tudo bem, que o contato com o passado não fará mal a menino nenhum. O problema é a carga de preconceito e de programação conservadora que orientava a produção de muitas daquelas historinhas.
Especialmente chocante é "A Moura Torta", em que uma suposta mocinha maltrata impiedosamente a moura (uma árabe, vale a pena lembrar) velha, torta, feia -e trabalhadora.
Os pecados da moura são a origem, a velhice, a feiúra, a pobreza, suficientes para transformá-la em asquerosa vilã que espeta um alfinete na nuca da preconceituosa heroína. É necessário dizer quem vence a batalha? As historinhas vão tropeçando em preconceito racial ("O Macaco e a Velha"), obrigatoriedade de adequação social ("O Patinho Feio"), compreensão parcial do significado da atividade artística ("A Cigarra e a Formiga"), imobilidade social ("Festa no Céu", em que um sapo "peca" por querer ir para o céu com os pássaros).
Não devia ser proposital, e belezas insuspeitadas vão caindo pelas bordas, no heroísmo esganiçado do Aracuã em "Festival da Primavera" ou no cruel retrato da morte em "A Formiguinha e a Neve", quase um conto de terror.
No todo, o ideário exposto na coleção é inadmissível ao mundo de 2001. Em que pese o valor indestrutível das grandes canções e orquestrações de Braguinha, Radamés Gnattali e seus pares, não dá para jogar isso impunemente na mão da filharada.
Não era hora, então, de refazer essa história, de adequar a um pensamento mais arejado fábulas ainda tidas como atemporais? Se sim, mais trabalho a fazer...
(Pedro Alexandre Sanches)

Fechaspas

Ah, Pedro, vá catar coquinho! Ninguém fica transtornado emocionalmente porque a Branca de Neve caiu três vezes no conto da madrasta! Fantasia é uma coisa, a realidade de hoje, sim, é que é preocupante!

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Esse (Pedro Alexandre Sanches) é um cara frustrado, isso sim...
o cara eh doido... relacionar historia infantis, digo conto de fadas, a realidade.
oxi eu cresci ouvindo esses disquinhos e nao me prejudicou em nada... me lembro das vezes em q eu ia na casa de minha avó escutar esses discos, junto com minha mae. e quero reviver isso com meus filhos...
independente do seculo estes discos/singles vao estar condizentes com a verdadeira essencia que sao as historias infantis!

3:36 AM

 

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